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    Ex-jogador Sócrates morre em São Paulo aos 57

    DE SÃO PAULO

    04/12/2011 06h05 - Atualizado às 10h12

    O ex-jogador paraense Sócrates morreu às 4h30 deste domingo aos 57 anos em decorrência de um choque séptico, que ocorre quando bactérias de uma infecção chegam à corrente sanguínea e se espalham pelo corpo.

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    O enterro será em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, pouco antes do início da última rodada do Campeonato Brasileiro, que está agendada para as 17h deste domingo. A CBF já comunicou que fará um minuto de silêncio em homenagem ao jogador que defendeu a seleção nas Copas de 1982 e 1986.

    Fotomontagem
    Sócrates em vários momentos da carreira; clique na imagem e veja galeria do ídolo corintiano
    Sócrates em vários momentos da carreira; clique na imagem e veja galeria do ídolo corintiano

    O ídolo do Corinthians, estava internado desde a última quinta-feira na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Albert Einsten, na zona sul de São Paulo, após dar entrada com quadro de infecção intestinal.

    Sócrates, sua mulher e um amigo haviam se sentido mal na noite de quinta-feira (1º) após comerem em um evento.

    O ex-jogador chegou a ficar internado outras duas vezes entre agosto e setembro, também na UTI, por conta de hemorragias digestivas.

    Sócrates era casado e tinha seis filhos.

    Além de Corinthians e Botafogo-SP, jogou também pelo Flamengo, Santos e Fiorentina, da Itália. Formado em medicina, trabalhava como comentarista na TV Cultura e colunista do "Agora São Paulo", do Grupo Folha, e da "Carta Capital".

    Arte/Folhapress

    Confira abaixo a íntegra da nota de falecimento divulgada pelo hospital:

    NOTA DE FALECIMENTO
    (São Paulo, 4 de dezembro de 2011, 5h30)

    O Hospital Israelita Albert Einstein informa com profundo pesar o falecimento do ex-jogador Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira às 4h30, em conseqüência a um choque séptico.

    Médicos Responsáveis
    Dr. Fernando Luis Pandullo
    Dr. Ben-Hur Ferraz Neto

    Diretor de Prática Médica
    Dr. Oscar Fernando Pavão dos Santos

    Jorge Duran-1º.jun.85/France Presse
    Sócrates posa com a camisa da seleção em 1985; clique na foto e veja imagens históricas do ex-jogador
    Sócrates posa com a camisa da seleção em 1985; clique na foto e veja imagens históricas do ex-jogador

    MAIS SOBRE SÓCRATES

    Conhecido como "Calcanhar de Ouro", "Doutor" e "Magrão", Sócrates era fumante, grande consumidor de álcool e personalidade com visão forte sobre futebol e política.

    Formou-se como jogador pelo Botafogo de Ribeirão Preto e rapidamente tornou-se o melhor atleta do time, mesmo treinando menos que os demais jogadores do elenco, porque também estudava medicina à época. Deixou o time em 1978 e foi para o Corinthians, clube em que atuou por seis anos e onde sempre teve sua imagem vinculada.

    Ele foi um dos líderes da "Democracia Corinthiana", movimento que permitiu o voto de jogadores, comissão técnica e diretoria em todos os assuntos do clube, que durou até a chegada do time às semifinais do Campeonato Brasileiro de 1982 e a conquista do Paulista em 1982 e 1983. O movimento acabou em 1984.

    Com o time, também se envolveu em manifestações de protesto contra o regime militar brasileiro, na época das "Diretas Já" e com frases como "Quero votar para presidente". Um pôster da equipe trazia as palavras "Democracia: Vencer o campeonato é o menor detalhe."

    Com a camisa da seleção, venceu 60 partidas e marcou 21 gols durante os sete anos em que vestiu a camisa da seleção brasileira. Ele estreou em um amistoso internacional com o Paraguai, vencido pelos brasileiros por 6 x 0, em 1979.

    Sócrates foi capitão da seleção em 1982, em uma das equipes consideradas as melhores de toda a história a não terem conquistado a Copa do Mundo. Atuando ao lado de outros grandes craques como Zico, Júnior, Falcão e Éder, o Brasil realizou jogos memoráveis, com gols únicos e até que um lapso do sistema defensivo levou o time verde e amarelo a uma surpreendente derrota por 3 x 2 para a Itália, nas quartas-de final.

    Também defendeu o Brasil na Copa de 1986. De maneira menos espetacular que na edição anterior, a equipe ainda era considerada favorita, até a eliminação para a França nas quartas-de-final, nos pênaltis, quando Sócrates teve sua cobrança defendida por Joel Bats.

    Editoria de arte/Folhapress

    Com Reuters

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