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    Corpo de Sócrates é enterrado em Ribeirão Preto

    LEANDRO MARTINS
    ELIDA OLIVEIRA
    DE RIBEIRÃO PRETO

    04/12/2011 17h44

    O corpo do ex-jogador Sócrates, que morreu na madrugada deste domingo aos 57 anos, foi enterrado às 17h30 de hoje no cemitério Bom Pastor, em Ribeirão Preto (313 km de SP).

    O sepultamento foi acompanhado por familiares, amigos e torcedores de Corinthians --principalmente-- e Botafogo. Ex-jogadores, como o lateral-direito Wladimir e o goleiro Zetti, acompanharam o velório ou o enterro de Sócrates.

    Marcia Ribeiro/Folhapress
    Raí (ao fundo) e Sófocles (primeiro plano), irmãos de Sócrates, durante enterro
    Raí (ao fundo) e Sófocles (primeiro plano), irmãos de Sócrates, durante enterro

    Após orações, o ex-jogador foi homenageado com palmas pelos presentes.

    Pouco antes, ao som do hino do Corinthians, entoado por torcedores que compareceram ao velório, o cortejo com o corpo chegou ao cemitério. O caixão com o corpo do ex-atleta seguiu dentro de um veículo funerário, e familiares foram em outro carro.

    Márcia Ribeiro/Folhapress
    Familiares e torcedores prestam homenagem ao ex-jogador Sócrates, em Ribeirão Preto; clique na foto e veja galeria
    Familiares e torcedores prestam homenagem a Sócrates, em Ribeirão Preto; clique na foto e veja galeria

    Atrás, torcedores acompanham o cortejo cantando o hino do clube e com muitos deles portando um rádio portátil para ouvir o jogo entre Corinthians e Palmeiras, que pode dar ao ex-time de Sócrates o título de campeão brasileiro de 2011.

    Sócrates estava internado desde a última quinta-feira na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Albert Einsten, na zona sul de São Paulo, após dar entrada no hospital com quadro de infecção intestinal. Ele morreu por volta das 4h30 deste domingo.

    Sócrates era casado e tinha seis filhos.

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    O ex-jogador chegou a ficar internado outras duas vezes entre agosto e setembro, também na UTI, por conta de hemorragias digestivas.

    Além de Corinthians e Botafogo-SP, jogou também pelo Flamengo, Santos e Fiorentina, da Itália. Formado em medicina, trabalhava como comentarista na TV Cultura e colunista do "Agora São Paulo", do Grupo Folha, e da "Carta Capital".

    Conhecido como "Calcanhar de Ouro", "Doutor" e "Magrão", Sócrates era fumante, grande consumidor de álcool e personalidade com visão forte sobre futebol e política.

    Fotomontagem
    Sócrates em vários momentos da carreira; clique na imagem e veja galeria do ídolo corintiano
    Sócrates em vários momentos da carreira; clique na imagem e veja galeria do ídolo corintiano

    Formou-se como jogador pelo Botafogo de Ribeirão Preto e rapidamente tornou-se o melhor atleta do time, mesmo treinando menos que os demais jogadores do elenco, porque também estudava medicina à época. Deixou o time em 1978 e foi para o Corinthians, clube em que atuou por seis anos e onde sempre teve sua imagem vinculada.

    Ele foi um dos líderes da Democracia Corinthiana, movimento que permitiu o voto de jogadores, comissão técnica e diretoria em todos os assuntos do clube, que durou até a chegada do time às semifinais do Campeonato Brasileiro de 1982 e a conquista do Paulista em 1982 e 1983. O movimento acabou em 1984.

    Com o time, também se envolveu em manifestações de protesto contra o regime militar brasileiro, na época das "Diretas Já" e com frases como "Quero votar para presidente". Um pôster da equipe trazia as palavras "Democracia: Vencer o campeonato é o menor detalhe."

    Com a camisa da seleção, venceu 60 partidas e marcou 21 gols durante os sete anos em que vestiu a camisa da seleção brasileira. Ele estreou em um amistoso internacional com o Paraguai, vencido pelos brasileiros por 6 x 0, em 1979.

    Sócrates foi capitão da seleção em 1982, em uma das equipes consideradas as melhores de toda a história a não terem conquistado a Copa do Mundo. Atuando ao lado de outros grandes craques como Zico, Júnior, Falcão e Éder, o Brasil realizou jogos memoráveis, com gols únicos e até que um lapso do sistema defensivo levou o time verde e amarelo a uma surpreendente derrota por 3 x 2 para a Itália, nas quartas-de final.

    Também defendeu o Brasil na Copa de 1986. De maneira menos espetacular que na edição anterior, a equipe ainda era considerada favorita, até a eliminação para a França nas quartas-de-final, nos pênaltis, quando Sócrates teve sua cobrança defendida por Joel Bats.

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