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    Pelo 'show' do pit stop, F-1 terá pneus mais moles em 2012

    FÁBIO SEIXAS
    ENVIADO ESPECIAL A ABU DHABI

    26/01/2012 07h22

    Criticada em 2011 por produzir pneus macios demais, que se degradavam com extrema facilidade, a Pirelli respondeu ontem, em Abu Dhabi: a 50 dias para o início do Mundial de 2012, lançou compostos ainda mais moles.

    E justificou a surpreendente decisão de duas formas.

    A primeira, técnica. Dos quatro tipos de pneus para pista seca, apenas o supermacio não foi alterado para este ano. Todos os outros compostos perderam rigidez.

    A ideia é aumentar o leque de estratégias das equipes, que em 2011 lançavam mão dos pneus mais duros apenas para cumprir o regulamento.

    Edgar Su - 22.set.11/Reuters
    Mecânico da Red Bull sentado em um dos pneus durante o GP de Cingapura, em 2011
    Mecânico da Red Bull sentado em um dos pneus durante o GP de Cingapura, em 2011

    "O pneu mais duro só era usado no final das provas ou por poucas voltas", explicou Paul Hembery, diretor de competições da empresa.

    A medida, porém, pode ser um tiro no pé. Pneus mais parecidos produzirão tempos mais próximos, reduzindo o fosso artificial criado no ano passado para aumentar o número de ultrapassagens.

    Em 2011, a diferença média entre um tipo de pneu e o seguinte variou de 1s2 a 1s8. Quando pilotos com pneus diferentes se encontravam, a ultrapassagem era quase certa, mera questão de tempo.

    Em 2012, segundo a Pirelli, a margem não passará de 0s8.Passar deve ficar mais difícil.

    "SHOW"

    A outra justificativa talvez seja mais compreensível: aumentar o número de pit stops.

    "Pit stop também é corrida. O objetivo é que cada piloto pare duas ou três vezes nos boxes", argumentou Marco Tronchetti Provera, presidente da Pirelli, executivo que tem linha direta com Bernie Ecclestone, o chefe da F-1.

    "Pit stops proporcionam um bom show. É algo que não só Ecclestone quer, mas que os chefes de equipe e patrocinadores também pedem", completou Provera.

    Hembery emendou: "Três pit stops parece ser um número bastante popular".

    Aly Song-16.abr.2011/Reuters
    Mecânicos da McLaren trabalham em carro durante treino para o GP da China, em 2011
    Mecânicos da McLaren trabalham em carro durante treino para o GP da China, em 2011

    Os quatro pneus para pista seca mantêm o didatismo do ano passado, com faixas coloridas identificando cada modelo: supermacio (vermelho), macio (amarelo), médio (branco) e prata (duro).

    Os compostos para pista molhada mudaram. Os intermediários, que eram azuis, agora terão as laterais pintadas de verde. Os pneus de chuva, que eram laranja, serão azuis nesta temporada.

    Pneus lançados, o próximo desafio da Pirelli agora é inusitado: encontrar um carro para testar seus produtos.

    Nos últimos dois anos, a fabricante usou um Toyota de 2009. "Este carro está defasado. Já deveria estar num museu", disse Hembery.

    O problema não é encontrar equipe disposta a vender um carro mais recente. É a oposição das concorrentes.

    "Se usarmos um chassi da Red Bull, as outras vão achar que faremos pneus mais adaptados a ela", afirmou.

    A solução pode ser promover pequenos testes privados, com três equipes de cada vez. A sugestão já foi enviada para os times.

    O repórter FÁBIO SEIXAS viajou a convite da Pirelli

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