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    Apesar de polêmica, Nuzman não abre mão da reeleição no COB

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    28/09/2012 06h01

    Em meio a polêmica sobre o furto de documentos da organização dos Jogos de Londres-2012, o presidente do comitê da Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, disse ontem que não vai abrir mão de se reeleger no COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

    Na próxima sexta, dia 5, o dirigente, que comanda a entidade desde 1995, é candidato único na eleição, que pode dar a ele mais quatro anos.

    Na primeira entrevista desde a divulgação da demissão de funcionários da Rio-2016 por furtarem informações confidenciais dos organizadores de Londres-2012, Nuzman deixou claro que pretende acumular os dois cargos até a disputa da Olimpíada.

    "Tenho o apoio de 29 das 30 confederações. Logo que o Rio venceu os Jogos, fui ao COI [Comitê Olímpico Internacional] e perguntei se tinha alguma dúvida de presidir as duas organizações. O presidente [Jacques Rogge] disse que não tinha problema. Por isso, me sinto confortável", afirmou o cartola carioca.

    A declaração de Nuzman entra em conflito com o desejo do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que defende a alternância de poder nas confederações esportivas.

    Ontem, o comitê organizador recuou no episódio das demissões de funcionários. Nuzman afirmou que nove empregados da entidade foram mandados embora. Na segunda-feira, eram dez.

    Antonio Scorza/France Presse
    Nuzman durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro
    Nuzman durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro

    Segundo Nuzman, uma das demissões foi revista após o chefe do brasileiro no comitê de Londres ter informado que o empregado não havia baixado arquivos sigilosos da entidade.

    Eles faziam parte de uma equipe de 24 funcionários do comitê brasileiro contratados por Londres-2012 para compor um programa de troca de informações por aproximadamente três meses.

    "Entendemos que a demissão, sem justa causa, foi a medida mais adequada", disse Nuzman, sobre o procedimento jurídico adotado.

    "Todos os funcionários tinham acesso aos dados, só não podiam copiá-los. Foi um problema interno, eles acharam a melhor solução a demissão, nós não tivemos nenhuma interferência", contou Márcio Fortes, presidente da Autoridade Pública Olímpica, entidade que representa o governo federal.

    Renata Santiago, uma das funcionárias que perdeu o emprego no episódio, disse que recebeu instruções de outros funcionários do comitê para copiar documentos.

    Nuzman voltou a afirmar que os demitidos agiram por iniciativa própria, sem o conhecimento de seus chefes.

    Há seis anos, um funcionário do Co-Rio (Comitê Organizador do Pan do Rio-2007) já havia perdido o emprego por ter copiado sem autorização arquivos da Event Knowledge Services (EKS), empresa que prestava serviço ao órgão, presidido por Nuzman.

    Sobre a demissão de Rodrigo Hermida do Co-Rio, ele não quis polemizar. "Não tenho condições de lembrar. Sei que não houve demissão por justa causa", afirmou, antes de dizer que Hermida, agora no COL (Comitê Organizador Local da Copa), trabalhou duas vezes no Co-Rio.

    Apesar da polêmica, o dirigente acredita que o incidente não prejudica a imagem dos Jogos do Rio.

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