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    Campeã olímpica da maratona diz que 'caminho até a escola é treino'

    RODOLFO LUCENA
    COLUNISTA DA FOLHA

    21/10/2012 04h13

    A campeã e recordista da maratona olímpica está feliz, mas não satisfeita. "Vou me concentrar na tentativa de quebrar o recorde mundial!!!", diz a etíope Tiki Gelana por e-mail, abusando dos pontos de exclamação para sublinhar sua decisão.

    A vitória vai mudar sua vida, acredita ela, que lembra com carinho os melhores momentos da corrida, quando enfrentou o jogo de equipe de três corredoras quenianas.

    Chris Helgren/Reuters
    Tiki Gelana cruza a linha de chegada na maratona em Londres
    Tiki Gelana cruza a linha de chegada na maratona em Londres

    "Até os últimos 500 m, ainda não estava certa da vitória. O plano das quenianas era tornar a corrida a mais rápida possível, mas eu não tinha medo da tática delas", conta a etíope, que começou a correr pela escola em provas de 800 m a 5.000 m.

    "Eu estava muito forte naquele dia. Acho que seria impossível para as quenianas me vencerem."

    Gelana, 24, nasceu em Bekoji, que fica a mais de 2.800 m de altitude e é celeiro de corredores de longa distância na Etiópia.

    A exemplo de outros atletas locais, começou a preparar o corpo para as exigências do atletismo muito antes de sequer pensar em seguir carreira.

    "A escola ficava a 15 km de minha casa, e eu corria para lá todas as manhãs", relembra. Segundo Gelana, o percurso a pé até a escola é um dos motivos para o sucesso etíope em provas de longa distância.

    A agora campeã olímpica virou atleta profissional em 2003, quando entrou para um clube de corrida. "Passei a treinar todos os dias. Disse a mim mesma que poderia viver disso."

    Três anos depois, Gelana conheceu seu agente "quase por acaso".

    "Ele estava querendo levar uma amiga minha para correr na Europa e, como ela não queria ir sozinha, fui convidada."

    Gelana, que além da busca pelo recorde mundial mira os Jogos do Rio-16, conta um segredo na sua preparação para a maratona, o gelfo. "É uma comida tradicional de minha região, uma espécie de mingau feito de cevada e farinha de trigo."

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