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    Do título ao rebaixamento; veja como foi o ano do Palmeiras

    MARINA GALEANO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    18/11/2012 21h32

    O Palmeiras viveu o céu e o inferno em 2012. Quebrou um jejum de 12 anos sem títulos relevantes com a Copa do Brasil, conquistada no dia 11 de julho, sobre o Coritiba, e caiu nas graças da torcida outra vez. Mas o time inverteu a ordem do ditado, e a tempestade veio depois da bonança.

    Neste domingo, pela segunda vez em sua história, o Palmeiras foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. Há exatamente dez anos e um dia, a derrota por 4 a 3 para o Vitória, no Barradão, selava a queda do clube alviverde para a segunda divisão.

    O rebaixamento, no entanto, ofuscou o brilho da taça da Copa do Brasil e estremeceu o namoro da torcida com o time.

    FESTA

    Abrindo o calendário 2012, o Campeonato Paulista já dava pistas de que o ano seria difícil para o Palmeiras. Sob o comando de Luiz Felipe Scolari, a equipe se classificou em quinto lugar para a fase do mata-mata, com 36 pontos, porém, já nas quartas de final, perdeu por 3 a 2 para o Guarani e foi eliminado.

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    Jogadores comemoram a conquista da Copa do Brasil
    Jogadores comemoram a conquista da Copa do Brasil

    Em meio ao estadual, o time estreou na Copa do Brasil contra o Coruripe, dia 14 de março, e precisou do jogo de volta para continuar na briga. Depois, vieram o Horizonte (CE), Paraná, Atlético-PR e Grêmio. Nenhum deles parou o Palmeiras, que chegou invicto à final diante do Coritiba.

    A primeira partida da decisão aconteceu na Arena Barueri, para cerca de 29 mil pagantes. Valdivia, de pênalti, e Thiago Heleno marcaram os gols da vitória palmeirense por 2 a 0, dia 5 de julho.

    Seis dias mais tarde, o Couto Pereira, em Curitiba, recebeu o jogo de volta, que terminou em 1 a 1 e garantiu a segunda taça da Copa do Brasil aos palmeirenses --a primeira veio em 1998, também sob o comando de Felipão.

    RESSACA

    Passada à euforia do título, o Palmeiras teve que voltar suas atenções para o Campeonato Brasileiro --praticamente ignorado pelo time enquanto durou o outro torneio nacional.

    Diante do São Paulo, na "reestreia" alviverde, dia 15 de julho, o Palmeiras empatou dentro de casa em 1 a 1 e terminou a nona rodada na vice-lanterna, com apenas seis pontos somados, dos 27 em disputa.

    Mesmo focado no Brasileiro, o time não conseguiu engrenar. Empatou com o Coritiba e achou que as coisas pudessem melhorar após a vitória por 3 a 0, ante o Náutico. Mas a sequência de resultados positivos não chegou.

    Foram três derrotas consecutivas: Bahia, Cruzeiro e Internacional. Um respiro diante do Botafogo, em pleno Engenhão, e mais irregularidade. Contra o Santos, na 19ª rodada, o Palmeiras perdeu por 2 a 1, de virada, e terminou o primeiro turno na zona de rebaixamento.

    A equipe continuou com rendimento pífio no início do returno. Depois da derrota para o Vasco, na 24ª rodada, Palmeiras e Felipão chegaram a um acordo que culminou na saída do técnico, dia 13 de setembro, às vésperas do clássico contra o Corinthians.

    À procura de um novo comandante, Narciso, treinador da equipe sub-20, dirigiu o time no triunfo corintiano por 2 a 0. No dia 19 de setembro, o clube do Parque Antártica anunciou a contratação de Gilson Kleina, ex-Ponte Preta, para tentar tirar o Palmeiras da posição bastante incômoda da tabela.

    Kleina começou com pé direito: duas vitórias seguidas, diante de Figueirense e Ponte Preta, que acalmaram os ânimos dos torcedores. Mas a alegria durou pouco. Contra o São Paulo, na rodada 28, a equipe alviverde deu início a uma sequência de três derrotas --não conseguia sair da zona da degola de jeito nenhum.

    Daniel Marenco/Folhapress
    Barcos durante o empate com o Flamengo, na 36ª rodada
    Barcos durante o empate com o Flamengo, na 36ª rodada

    A última vitória do Palmeiras no Brasileiro ocorreu dia 20 de outubro, em Araraquara, diante do Cruzeiro, que deixou o time a quatro pontos de deixar o Z4 e reacendeu as esperanças da torcida. Em compensação, o revés ante o Internacional e o empate com o Botafogo deram um banho de água fria nas expectativas. O time ficou numa situação extremamente delicada e passou a depender cada vez mais da combinação de resultados para se livrar da queda.

    Em meio ao furacão, o Palmeiras ainda disputava a copa Sul-Americana. Já classificado para a Libertadores e com o sinal de alerta ligado no Brasileiro, o clube não priorizou o torneio continental e pouco lamentou a eliminação nas oitavas de final para o Millonarios, da Colômbia.

    Com três rodadas de antecipação, o Fluminense sagrou-se campeão do Campeonato Brasileiro, ao vencer o Palmeiras por 3 a 2, em Presidente Prudente. A festa tricolor no gramado contrastava com as lágrimas da torcida alviverde nas arquibancadas, que já podia sentir a Série B cada vez mais próxima.

    O empate deste domingo, contra o Flamengo, além da vitória do Bahia e o empate da Portuguesa, selaram de vez o segundo rebaixamento da história do Palmeiras.

    E assim termina o ano paradoxal do clube palestrino --da euforia pela conquista da Copa do Brasil, ao desespero pela queda para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.

    Arte/Folhapress

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