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    Berlusconi diz que Milan abandonará todo jogo em que houver racismo

    DE SÃO PAULO

    04/01/2013 14h32

    O presidente do Milan e ex-primeiro ministro italiano, Silvio Berlusconi, afirmou nesta sexta-feira que o time rubro-negro abandonará os jogos em que houver manifestações racistas.

    Ele apoiou a decisão dos seus atletas de sair do gramado aos 26min do amistoso contra a Pro Patria, da quarta divisão, após perseguição racista de parte da torcida local contra jogadores negros da equipe visitante, nesta quinta-feira, em Busto Arsizio, perto de Milão.

    "Asseguro que em todas as partidas, também internacionais, caso se verifiquem episódios deste gênero, o Milan deixará o campo", avisou Berlusconi, em declaração reproduzida pelo site do clube.

    Ele procurou o meio-campista Kevin Prince-Boateng para parabenizá-lo pela iniciativa de sair do jogo devido à insistência dos atos discriminatórios. "Por sua reação contra o vergonhoso episódio de racismo ocorrido no estádio da Pro Patria", disse.

    "Apreciei bastante o comportamento do meu Milan neste caso e as declarações dos jogadores, do treinador [Massimo] Allegri e da minha filha Barbara [executiva do clube]. Esses eventos não civilizados, essas vaias e esses coros depreciativos se repetem sempre com excessiva frequência e ofendem o futebol e o esporte inteiro. Também porque desses atos odiosos sofrem, além dos atletas, os clubes e a grande maioria dos torcedores", opinou Berlusconi.

    O caso repercutiu muito na imprensa internacional. Autoridades de Busto Arsizio, na Lombardia, no norte da Itália, abrirão processo sobre a conduta da torcida da Pro Patria.

    Alessandro Garofalo-26.nov.12/Reuters
    O presidente milanista Silvio Berlusconi
    O presidente milanista Silvio Berlusconi

    O prefeito Gigi Farioli e o dirigente do clube Danilo Castiglioni se comprometeram a cooperar no sentido de punir os autores dos coros racistas contra Boateng, Urby Emanuelson, Sulley Muntari e M'Baye Niang.

    "O que houve foi um episódio desqualificante e espero que os autores das ofensas venham a ser identificados e punidos como merecem", afirmou Castiglioni.

    Torcedor da Pro Patria, Giovanni Pellegatta lamentou o ocorrido, que em sua opinião marca de forma negativa o município de aproximadamente 82 mil habitantes. "É um gesto para ser condenado. Os autores não fazem parte dos grupos de torcedores habituais, mas o gesto deles levou má fama à nossa cidade".

    Pelo Twitter, Boateng agradeceu às mensagens de apoio. "Obrigado a todos pelo apoio e compreensão. Significou muito!", escreveu o líder do boicote ao amistoso.

    Com agências de notícias

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