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    Não me sinto à vontade e nem com vontade de analisar o Marin, diz Gobbi

    LUCAS REIS
    DE SÃO PAULO

    20/04/2013 13h09

    Para Mário Gobbi Filho, 51, o Corinthians incomoda muita gente.

    O presidente do atual campeão da Libertadores e do mundo, que em 2013 já encontrou mais problemas fora de campo do que em todo o ano passado, atribui à inveja e à vaidade ao menos um deles: a decisão judicial que lhe impediu de receber o dinheiro do festejado patrocínio da Caixa, o maior do país, cujo pagamento foi suspenso há quase dois meses. Contou que encontrou-se com o presidente do banco e traçaram uma "estratégia sigilosa" que o faz crer que o dinheiro logo voltará a cair na conta --o clube já deixou de receber mais de R$ 5 milhões, mas continua exibindo a marca.

    Danilo Verpa/Folhapress
    Presidente do Corinthians Mário Gobbi Filho dá entrevista em sua sala no Parque São Jorge
    Presidente do Corinthians Mário Gobbi Filho dá entrevista em sua sala no Parque São Jorge

    Revidou, veladamente, as críticas que o clube recebe por conta dos incentivos fiscais que obteve para construir seu estádio. "É só você pegar a história, muitos construíram seus CTs com parcerias, com incentivos fiscais. Construíram seu estádio de igual forma", disse em entrevista à Folha. "O presidente da República é corintiano. Bom, mas o que eu posso fazer?".

    Também deu de ombros para o chamado "anticorintianismo" que, para ele, é uma expressão antiga e familiar.

    "Eu nasci em 1961, quando virei corintiano, já sentia, era uma discriminação violenta de todos contra nós [...] talvez pela força da sua torcida", diz o cartola, que afirma ter esgotado suas possibilidades de ajuda aos 12 corintianos presos na Bolívia. "Mais do que já ajudamos, só se eu formar um batalhão de guerrilha e usar a força."

    Gobbi também falou sobre a renovação do contrato de Tite, o hábito de visitar o vestiário do time e conversar com jogadores, e sobre o plano pessoal já traçado para o início de 2015, quando terá deixado a presidência.

    Sobre a CBF, evitou polemizar. "De concreto, não vejo mudanças", disse, comparando o atual presidente, José Maria Marin, que passa por momento turbulento no cargo, com seu antecessor, Ricardo Teixeira.

    Danilo Verpa/Folhapress
    Gobbi, durante a entrevista
    Gobbi, durante a entrevista

    O que mudou para os clubes a saída de Ricardo Teixeira e entrada de José Maria Marin na CBF?

    Até agora... não senti, assim, algo significativo para dizer. Acho que está muito conturbado.. o presidente Marin assumiu e começaram as turbulências que ele vem passando. De concreto, assim, não vejo mudanças.

    E essa avalanche de críticas que ele vem sofrendo, o senhor tem acompanhado?
    Tenho acompanhado, isso é um problema mais dele, né, pessoal dele... Acho que, quem deve falar sobre isso é ele. Eu vejo o quadro todo, assim, do futebol, vejo com preocupação, com uma instabilidade. Mas de qualquer forma, não me sinto à vontade e nem com vontade de analisar as críticas que o presidente Marin vem sofrendo. Tenho uma visão de tudo, mas devo guardar para mim essa visão.

    O que o senhor pensa a respeito das críticas de que o Corinthians tem sido favorecido por conta do respaldo federal no Itaquerão e pelo patrocínio da Caixa?
    O que o Corinthians teve do poder público não foge nada do que uma série de outros clubes tiveram. Não vou ficar citando exemplos, porque cagueta é a pior coisa que tem na vida. Mas é só você pegar a história, muitos construíram seus CTs com parcerias, com incentivos fiscais. Todos passaram pelo mesmo processo. Construíram seu estádio de igual forma. Não vejo um privilégio para o Corinthians que algum outro clube não tenha recebido. O presidente da República é corintiano. Bom, mas o que eu posso fazer? A presidente Dilma é Inter. É assim. Já teve governador que torcia para este time, por aquele time. Eu até agora não vi nada, nada, nada fora da lei, ou fora de tudo que os outros clubes já receberam de benefícios o que o Corinthians recebeu.

    Nós damos contrapartida, isso é constante, os CIDs [Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento] é algo para a Copa, todos os estádios receberam. Não foi só do Corinthians, foi para todo mundo. Eu não vejo porque isso.

    Acho que já houve uma fase em que o anticorintianismo foi maior. Eu não vejo esta fase como o auge disto.

    O anticorintiano está na moda, o 'anti' virou uma expressão usa pela torcida para se referir aos rivais. É salutar ou indiferente para o clube?

    Sempre foi assim. Eu nasci em 1961, quando virei corintiano, já sentia, era uma discriminação violenta de todos contra nós. E não mudou nada. É histórico. Eu acho que ser corintiano... o Corinthians incomoda muito, talvez pela força da sua torcida, pelo que ele movimenta. Isso incomoda, penso eu. Não sei se é isto. Mas não vi crescer, não vi aumentar nem piorar. Digo para você o seguinte: atingi uma maturidade em que eu só assisto aos jogos do Corinthians. Só leio sobre o Corinthians. Eu vivo o meu time, o Corinthians. Eu não me preocupo com os outros, não sei, não quero saber nada sobre os outros. Eu fico feliz quando o Corinthians ganha. O resto... consegui chegar a esse nível. Consegui. É indiferente. Eu sou feliz se o Corinthians ganha. Só.

    Por que tamanha dificuldade para reverter a decisão judicial que impede os pagamentos publicitários da Caixa?

    O Corinthians é muito grande, tem um apelo forte nos meios de comunicação, tudo que é de Corinthians vira manchete. As vaidades são muito grandes, o ser humano é de carne e osso, é vaidoso, é invejoso, e isto também está no seio da sociedade.

    Tivemos uma reunião com a presidência da Caixa, as coisas caminham bem para se ter uma solução em um espaço curto de tempo em relação ao patrocínio. Nós estamos confiantes de que, no mais breve possível, isso seja sanado. A Caixa é uma grande parceira nossa, e nós tudo faremos para manter a parceria. Nós temos uma estratégia montada, vamos segui-la, é claro que isto é um assunto interno, e essa estratégia nos faz crer que ficaremos livre disto em breve. Trabalhando nós estamos, juntos nós estamos, e queremos sanar disso, e que o Corinthians volte a receber o que está pactuado.

    Almeida Rocha - 13.dez.2012/Folhapress
    Gobbi, durante a viagem de trem rumo a Yokohama, no Japão
    Gobbi, durante a viagem de trem rumo a Yokohama, no Japão

    Enquanto isso, o clube recorrerá a outros patrocínios?

    Enquanto não fecharmos omoplata, enfim, onde puder colocar um anúncio, vamos buscar isso. Quanto mais, melhor, calção etc. Isso é independente da Caixa. A Caixa é o peito, e vai continuar, e trabalhamos para sanar o empecilho.

    Também falaram sobre o Itaquerão nessa reunião com a presidência da Caixa?

    Não falamos, até porque... quando assumi o clube, eu descentralizei o clube inteirinho. O Itaquerão, ou a Arena Corinthians, estava sob o comando do Luís Paulo [Rosenberg, vice-presidente] e do Andres [Sanchez, ex-presidente e responsável pelos assuntos do estádio]. O Andres foi para a CBF, deixou de estar à frente do dia a dia no comando. O Luís Paulo que comandava. Com a retirada do Luis Paulo [afastou-se do clube], eu devolvi ao Andres o comando único da Arena. Então, quem comanda a Arena Corinthians é uma administração em apartado. O clube tem que andar, ter a vida dele, e caminhar. A Arena, idem. Se você mistura tudo, fica uma salada que não funciona nada. Quem trata de Arena Corinthians, naming rights, construção do estádio e os detalhes decorrentes dele, é o Andres. Ele é o pai da Arena, ele que começou esse projeto, com o Luís Paulo, por mérito dele. Portanto ele é o pai da criança, e no dia que inaugurar quero estar lá para bater palmas pra ele dar início e inaugurar a obra. Eu não trataria deste assunto sem a presença do Andres. Eu estaria tumultuando um trabalho.

    Mas o senhor é o presidente do clube...
    Eu sou o presidente do clube, trocamos ideias e caminhamos juntos. O dia a dia, quem toca, é ele [Andres]. Foi tratado na reunião? Não foi. Mas pode ser que a Caixa venha a ser parceira no financiamento. Isso pode ser. Está em andamento. Aliás, já tem até quem vá contestar isso [Ministério Público Federal], entrar com ações contra isso etc. Mas primeiro precisa viabilizar. E é isso que está se tentando fazer.

    Andres queixava-se da falta de tempo e de privacidade quando presidia o clube. O senhor também tem queixas?

    Falta de tempo, sim. Privacidade, não. Eu sou uma pessoa muito reservada, discreta. A vida me ensinou muita coisa. Eu já passei, já rodei bastante. Eu não sou presidente do Corinthians, só estou presidente do Corinthians. Eu sou delegado de polícia.

    Qual o papel do Corinthians no caso Kevin?

    Primeiro, combater a violência, lutar pela paz social, ter uma postura que colabore para que isto melhore na sociedade toda. A violência está no seio da sociedade, o futebol é apenas um ponto dentro de um contexto da sociedade. A violência no futebol não é a única vertente, e também não é exclusividade do futebol. Ela está na sociedade toda. O futebol faz parte da sociedade. Quem compõe o futebol? Os membros da sociedade. Os torcedores, jogadores, profissionais, dirigentes, sócios dos clubes, torcedores. Então, a constituição diz que é responsabilidade de todos e dever do Estado zelar pela segurança, por uma vida melhor.

    Acho que o papel do Corinthians é este, principalmente. O mundo do futebol, por ser algo apaixonante, poderia fazer mais com campanhas, com exemplos, de não violência. No Brasil, temos uma cultura de cuidar só dos efeitos da violência. Morreu Fulano de Tal. Vem uma avalanche de críticas, vem um clamor público, vem tudo isto daí, quando nós deveríamos cuidar para conter as causas da violência. Se você combate as causas, não tem os efeitos da criminalidade.

    O futebol contribui muito pouco, ou quase nada, pela paz, por uma torcida salutar no esporte. Passando uma cultura de que ganhar ou perder faz parte do jogo, e quando se ganha, ou quando se perde, deve-se encarar e agir dentro dos mesmos princípios. É uma lacuna muito grande que nós temos, não só no futebol, mas na sociedade como um todo.

    Almeida Rocha - 13.jul.12/Folhapress
    Gobbi abraça o troféu da Libertadores
    Gobbi abraça o troféu da Libertadores

    A Gaviões chegou a ameaçar ir à avenida Paulista 'quebrar o pau' caso não haja uma solução rápida para os 12 presos. Isso não respingaria no clube?
    Não vai respingar absolutamente nada, uma vez que as torcidas têm administração própria. Elas têm eleições, elegem a diretoria, são associações, e por isso que eu digo. Nós não nos intrometemos nas decisões que as torcidas tomam, nem nas decisões que o torcedor comum toma. O que podemos fazer é um apelo, um pedido. A manifestação é uma garantia da constituição, porém pacífica. A manifestação pacífica é legítima. É salutar. E não pense que se eu disser sim ou não eles vão... eles têm administração própria. Eles têm governo próprio. Da mesma forma que eles não interferem na gestão no Corinthians, nós não interferimos na gestão deles. Existe diálogo? O radicalismo não leva nada a lugar algum. Se você sentar aqui nessa cadeira e for radical, você não governa o Corinthians. Ouvir, dialogar, trocar ideias, mostrar o seu ponto de vista, mostrar um pensamento, ouvir o pensamento deles, e dizer qual é o nosso, é salutar. Mas isto não implica em quebra de soberania nem do comando deles na torcida nem na gestão do Corinthians.

    O senhor, como delegado de polícia, como agiria se o caso Kevin se repetisse no Pacaembu?

    Eu não estava lá, é difícil dizer como eles chegaram nesses 12. Primeira coisa: qual foi o critério de escolha dos 12? Os 12 estão lá. Ok. Eu poderia pedir uma [prisão] temporária para investigar indícios de autoria. Se os indícios não viessem, a temporária terminou, não há mais razão de manter o cárcere. O problema é que eles estão presos há quase 60 dias e não há uma prova sobre o autor do fato. É aquela frase minha no Morumbi: 'quem matou Kevin?'. Não há prova, não tem prova. Pegar um torcedor, ou três, quatro, cinco, com sacola de luminosos, o estádio inteiro tinha! Não é prova de nada, prova de que tinha lá dentro do estádio não precisa disso, a TV mostrou o tempo todo que tinha. A prova é quem soltou o luminoso que gerou a causa mortis do jovem. A prova é essa, só, mais nada. Alguns tinham pólvora no dedo. Sim, deve ter muitos que tinham pólvora no dedo, muitos soltaram o luminoso. Nós caímos num vazio, uma ausência de provas.

    Quando não há prova, para manter alguém sob tutela, ou seja, em cárcere, tem que ter no mínimo indícios que demonstrem ser ele o autor do fato. E que a sequência das investigações vai te levar à autoria. E que a prisão é importante para esclarecer a autoria do fato. Fora isso, prisão, é só quando há uma sentença. Essa prisão cautelar é exceção da exceção da exceção. E quando ela é feita, é por dez dias. Colhe provas, depoimentos. Qual é o fato novo?

    Quero dizer que eu dei algumas vozes de prisão na minha carreira. Antes de eu dar da voz de prisão para a pessoa, eu me certificava se todos os elementos de convicção de que ele era o autor do fato estava presentes. Na dúvida, eu instaurava inquérito policial. Você não pode encarcerar uma pessoa por mera suposição. E te digo mais: eu, quando fui diretor de futebol do Corinthians, fui vítima de uma violência dentro do Parque São Jorge. Eu vim num sábado à tarde aqui ver os meus amigos, a [torcida organizada] Camisa 12 me cercou aqui no Corinthians e me deu uma cadeirada no rosto. Os conselheiros vieram, eu apaziguei todo mundo, fiz todo mundo se sentar, falei que estava tudo bem, com sangue escorrendo pelo rosto, fiquei mais um pouco lá com eles na mesa, tomei uma cerveja, acalmou. Eu levantei e fui embora para minha casa. Se eu pegasse meu celular e discasse um número X, isso aqui forrava de preto e branca [polícia]. E na mesma hora encheu de segurança lá. Perguntavam 'doutor, quem foi?'. 'Não vai prender, não vai fazer nada. Estou aqui como dirigente', respondi. O tumulto vai ser maior do que o fato. E a vítima, que sou eu, vai se transformar em réu. Vão dizer que eu agi com abuso de poder, que o delegadão fez isso, fez aquilo. É difícil viver numa sociedade que perdeu seus valores, seus princípios, que não sabe o que é cidadania, que não ensina cidadania ao seu povo, que não dá exemplo de cidadania. Nós vivemos uma carência total na sociedade.

    Julia Chequer - 11.fev.2012/Folhapress
    Gobbi vence a eleição no Corinthians
    Gobbi vence a eleição no Corinthians

    O senhor fez duras críticas à Libertadores em 2012. Com tudo o que aconteceu neste ano, reforça essas críticas?

    Fiz as críticas porque o que aconteceu no Equador [contra o Emelec, oitavas de final] foi muito pesado. Aquilo foi, desde quando chegamos, até a hora que saímos, banheiro cheio de urina, não nos deixaram treinar, depois o juiz durante a partida começou a fazer gracinha e caçoava dos nossos jogadores. Mas estávamos na tribuna. Na tribuna, a revolta da comissão técnica, do estafe nosso, era gigantesco. Eu era o mais calmo. Quando descemos ao vestiário, ficamos sabendo o resto da história. Encostei o Danilo num canto do vestiário, que é um jogador que reputo uma serenidade, uma maturidade impar. E ele me disse: 'presidente, nunca vi isso em toda minha carreira o que aconteceu aqui'.

    Quando você olha para o seu grupo de jogadores e enxerga um grupo revoltado, indignado, querendo uma resposta, o comandante tem que reagir, tem que responder. Ele tem que dar guarida ao grupo dele. Conversamos no vestiário, Guilherme [Prado, assessor de imprensa], Tite, Edu [Gaspar, gerente de futebol], Duílio [Monteiro Alves, diretor adjunto de futebol], achamos que era o momento de dar um basta. Fui na coletiva e fiz aquilo.

    Pensa que eu gostei de fazer aquilo que eu fiz? Não. Pensa que me fez bem? Não, me fez muito mal, não sou nada daquilo, sou outra pessoa. Pensa que no Morumbi, depois do jogo [contra o São Paulo, pelo Paulista-2013], eu fiquei feliz de ter falado tudo aquilo que eu falei? Fiquei a pessoa mais triste de todos que estavam no Morumbi. E fui para minha casa triste. Tem a minha esposa que me conhece bem, sabe quem eu sou, pra me dar um consolo. Mas em ambos os casos, eu precisava pôr para fora, desabafar, face a indignação minha de tanta violência que se comete à cidade, ao ser humano, aos direitos. Porque todo mundo gosta de falar dos direitos gostosos. Matar alguém: isso é uma violência, sim. O mesmo artigo da constituição que proíbe matar alguém, e garante o direito à vida, mesmo artigo da constituição garante a liberdade de expressão e manifestação do pensamento, que é o que sua profissão faz, garante a ampla defesa, garante o contraditório, garante a presunção de inocência, exceto sentença judicial. São direitos que temos que respeitar. Isso é uma cidadania, não só aqueles que me interessam eu vou defender. Vou defender o todo. Um dia posso ser vitima disso, você pode ser vitima disso. Isto não é impunidade, é seguir o direito como ele está escrito no nosso estado democrático de direito.

    A gente fica vendo tantas aberrações que uma hora revolta, machuca, sabe. Machuca mesmo. Foi um desabafo grande, só teve lá, no Equador. Os fatos não se repetiram, e até hoje, na Libertadores desse ano, não tivemos nenhum problema.

    Se você ligar a TV, e assistir ao teipe, quantas vezes quiser ver, do momento que o luminoso sai, não há clima hostil entre as torcidas [contra o San José, em Oruro]. Pelo contrário: estavam todas juntas. Ele [torcedor corintiano] foi comemorar gol, não sabia lidar com o luminoso, é o que se deduz. Não que eu saiba disso. A minha experiência me faz concluir isso por um raciocínio lógico. Ele não sabia, achou que fosse um luminoso como os outros, se perdeu na hora de soltar, tomou uma direção errada e aconteceu isso. Então, isso você vê nitidamente que não tinha briga. Agora, dois dias depois, teve um jogo salvo engano do Peñarol, que as torcidas estavam se digladiando. Se alguém pega o rojão, ali é doloso. Ali ele entrou na guerra e queria ferir.

    Desde o princípio do caso Kevin o senhor afirma que foi uma fatalidade...

    Foi uma fatalidade, e nada muda a convicção que eu tenho de que foi uma fatalidade. O autor do disparo não sabia lidar com o luminoso que ele estava nas mãos, e o que a gente ouve dizer é que é um luminoso diferente, salvo engano de navio. E ele se perdeu com o luminoso na mão, e quase acerta os colegas em volta dele. Não tenho a menor dúvida de que trata-se de crime culposo. Não é que não houve: houve, mas culposo. Entre um culposo e um doloso, dá um oceano Atlântico de diferença. Se você pegar o carro e atropelar uma pessoa, o crime é culposo. Você não queria matar, foi imprudente ou negligente. E surgiu o resultado.

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