Pelo menos 20 torcedores do Santos e 13 policiais ficaram feridos após um confronto na tarde deste de domingo, na avenida Princesa Isabel, principal acesso à Vila Belmiro, em Santos. Três pessoas foram detidas, sendo uma deles adolescente.
O confronto foi antes do jogo entre Santos e Corinthians, pela final do Campeonato Paulista. O time da capital paulista sagrou-se campeão, após o 1 a 1.
A confusão começou cerca de meia hora para o apito inicial, quando integrantes da Torcida Jovem apareceram nas imediações de um bar com uma bandeira do Corinthians, exibindo-a como se fosse um troféu tomado de aficionados rivais.
O grupo ameaçou queimá-la. Policiais militares interviram e o tumulto começou. Grades de separação para a entrada no estádio foram derrubadas na correria. Ambulantes tiveram parte de seus produtos alimentícios derrubados.
Os torcedores usaram pedras, pedaços de pau e rojões no confronto. Os policiais utilizaram balas de borracha e bombas de efeito moral. Moradores do entorno e o público em geral ficaram desorientados, sem saber aonde ir.
No conflito, um santista ficou com o rosto sangrando e outro acabou desacordado. Este foi acudido pelos torcedores mais próximos, sendo levado para uma ambulância.
Funcionários do serviço médico que prestaram os primeiros socorros não informaram à Folha qual o estado de saúde dos torcedores.
A reportagem esteve na Santa Casa, em Santos, onde obteve a informação de que pelo menos 20 torcedores envolvidos na confusão deram entrada no pronto socorro.
Um policial militar teve os dentes quebrados após ser atingido por uma pedrada. O tenente coronel José Balestiero Filho ficou com ferimentos no rosto por conta de estilhaços provenientes da explosão de um rojão.
DETIDOS
Segundo a delegada Margarete Barreto, da Polícia Civil, os dois torcedores maiores de idade detidos foram autuados em flagrante por incitação à violência.
O juiz do Jecrim (Juizado Especial Criminal) Eduardo Calvert, determinou a punição deles pelo crime de pequeno porte, conforme o artigo 41 do Estatuto do Torcedor. Assim, eles assinaram um termo se responsabilizando a pagar uma multa de um salário mínimo. E não poderão entrar em um estádio pelos próximos seis meses.
O terceiro torcedor, com menos de 18 anos, recebeu orientação conforme previsto no Eca (Estatuto da Criança e do Adolescente).