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    Roupeiro do Corinthians há 49 anos diz que título de 77 marcou mais que Libertadores

    ALINNE FANELLI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    04/07/2013 17h42

    Há um ano, o Corinthians conquistava seu primeiro título da Libertadores. O time comemorou a data em evento nesta quinta-feira, onde também lançou uma terceira camisa, em homenagem ao dia 16 de novembro de 1965, quando a equipe paulista representou a seleção brasileira contra o Arsenal, em Londres.

    As atenções estavam voltadas para Pato e Romarinho, que vestiram o novo uniforme. O presidente do clube, Mário Gobbi, e o diretor de futebol, Duílio Monteiro, também foram procurados.

    Ao lado de toda aquela confusão, acanhado, estava um funcionário do Corinthians que presenciou o amistoso contra o time londrino em 1965.

    Gildásio Matos Miranda, o Seu Miranda, é roupeiro do clube desde 1964. Ele foi homenageado junto com Rivellino, ídolo corintiano que atuou na partida diante do Arsenal.

    O funcionário entrou no clube por acaso e nem era fã de bola.

    "Eu não gostava de futebol. Fui passear lá [no Corinthians] e me arrumaram um emprego. Não pedi para ninguém. Acho que foi coisa do destino. Depois que eu conheci o Corinthians aprendi a gostar de futebol. Hoje, não tem como não gostar do time".

    Aos 70 anos, Seu Miranda é o responsável por deixar os uniformes, meias e chuteiras dos jogadores em ordem.

    "Me sinto alegre e emocionado. Acho que nem mereço tanto. Sou feliz por trabalhar no meio de tanta gente famosa", disse o roupeiro.

    A camisa nova é azul royal com detalhes em branco na gola polo clássica e na barra das mangas. A inovação fica por conta na dupla face das mangas e da gola que, quando dobradas, revelam a combinação de preto com listras finas brancas.

    O modelo da terceira camisa do Corinthians é inspirado no que vestiu a equipe no dia 16 de novembro de 1965, quando o time alvinegro representou a seleção brasileira em um amistoso contra o Arsenal, em Londres.

    Seu Miranda esteve nessa partida. "Não lembro de muita coisa, lembro da viagem, um pouco do jogo. Infelizmente, perdemos, mas faz parte do trabalho, nem sempre pode só ganhar. Mas, claro, se tivéssemos ganho teria sido bem melhor", lembrou o funcionário da derrota por 2 a 0 para o time londrino.

    E com 49 anos de clube, o roupeiro não considera a Libertadores como o torneio mais marcante.

    "O Campeonato [Paulista] de 1977 foi mais, contra a Ponte Preta. Era muita piada, muita brincadeira, porque fazia 23 anos que o Corinthians não ganhava nada. Parou o Brasil, parou São Paulo. Foi muito marcante na vida do clube devido à situação de ser acostumado a ganhar títulos e estar de jejum. Aquele jogo fez nascer uma nova era aqui dentro", destacou.

    Seu Miranda é muito querido pelos jogadores. No lançamento da terceira camisa, Alexandre Pato e Romarinho estiveram presentes.

    "Temos que agradecer todo dia. Ele está ali 24 horas, vive pelo Corinthians, pega a chuteira, limpa, coloca no lugar. Só temos o trabalho de jogar", afirmou o camisa 7 corintiano.

    Romarinho foi mais direto. "Seu Miranda é um monstro. Um exemplo. E sempre brincalhão também".

    "O trabalho é de muita responsabilidade, porque tem milhões de pessoas olhando tudo. É bom ser sempre cobrado", disse com orgulho o roupeiro.

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