O sentimento era de alívio por parte dos últimos cinco corintianos que foram libertados da prisão em Oruro, na Bolívia, na sexta-feira. A justiça boliviana rejeitou a apelação da família de Kevin Espada, 14, morto durante o jogo entre San José e Corinthians, em fevereiro, pela Libertadores.
"Este é o dia mais feliz da minha vida. Na prisão ficava pensando, 'que dia vamos sair? Que dia vamos sair?'", relatou emocionado, em entrevista por telefone à Folha, Cleuter Barreto Barros, um dos torcedores libertados.
Depois do jogo em 20 de fevereiro, 12 torcedores ficaram presos sob suspeita de participar da morte de Kevin, atingido no olho direito por um sinalizador. Dos 12 inicialmente detidos, sete foram liberados no dia 6 de junho.
Segundo o defensor público João Chaves, o que definiu a soltura dos presos não foi o fato de a promotoria ter reconhecido a "falta de provas".
"Por duas vezes, primeiro na decisão em primeira instância e agora ao analisar a apelação da família de Kevin Espada, a justiça da Bolívia reconheceu a inexistência de provas", argumentou Chaves.
A apelação da família de Kevin levantava diversas supostas irregularidades durante a condução do processo.
"Diziam que eu e o Leandro [Silva de Oliveira] iríamos ficar trinta anos presos", lembra Barreto. Foi na mochila da dupla que haviam sido encontrados sinalizadores com o mesmo número de série do que causou a morte de Kevin.
"Um dos momentos mais tristes foi quando os outro sete [corintianos] foram soltos e nós [cinco] ficamos aqui."
O pai do garoto, Limbert Beltrán, ficou incomodado com o rumo que o caso tomou. "No final não existirá um responsável e o assunto estará terminado", disse.
"Acredito que o culpado estava entre os torcedores presos e o que ocorreu no Brasil [a confissão do menor] foi uma armação", disparou.
| Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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