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    Últimos corintianos que estavam presos na Bolívia chegam a São Paulo

    MARCELO QUAZ
    DE SÃO PAULO

    03/08/2013 17h15

    Os cinco corintianos que permaneciam na Bolívia, depois de serem libertados na sexta (2) após 156 dias na Penitenciária de San Pedro, em Oruro, chegaram no início da tarde de hoje em São Paulo.

    Absolvidos das acusações de envolvimento na morte do torcedor boliviano de 14 anos Kevin Espada, que ocorreu no jogo entre San José x Corinthians, pela Copa Libertadores, no dia 20 de fevereiro, eles foram recepcionados por cerca de 50 pessoas, entre familiares, amigos e torcedores, inclusive alguns dos que estavam entre os sete presos que foram liberados anteriormente, no dia 5 de junho.

    O voo 0736, da BoA, de Santa Cruz de La Sierra, aterrissou por volta das 13h20, e o grupo (Cleuter Barreto Barros, Leandro Silva de Oliveira, José Carlos da Silva Júnior, Marco Aurélio Nefreire e Reginaldo Coelho) apareceu às 14h04 no saguão de desembarque, para a festa dos presentes que havia uma hora batucavam e entoavam gritos de torcida.

    "Na Bolívia o caso está encerrado. Todos os torcedores estão absolvidos e não têm mais nenhum tipo de pendência. Qualquer decisão a partir de agora deve ser tomada pelo Ministério Público paulista, que pode entrar com processo contra o menor que confessou a autoria do disparo", afirmou o defensor público federal João Chaves.

    O representante do departamento executivo da Gaviões da Fiel, Adauto de Oliveira, afirmou que esse é um final feliz. "É claro, ficam sequelas provocadas pela fatalidade, que ficou para a história. Não posso negar isso enquanto pai de família que frequenta estádio", declarou Oliveira, segundo quem o que fica é a "lição de que juventude precisa de mais cautela, principalmente, em relação à utilização desses artefatos de fogo nos campos."

    REENCONTROS

    Alexandra Mourão, prima de José Carlos da Silva Jr., disse que o sábado seria de festa. "O Jr. pediu frango assado e bolo gelado", contou.

    Depois das entrevistas, Jr., de fato, falou que agora era hora de "ficar com a família e poder comer direito. Estou com fome", relatou.

    "O que passou, passou. Ele sempre foi um ótimo filho, e agora espero que ele comece a faculdade", disse a mãe do torcedor, Elizete Santos.

    As maiores emoções, no entanto, ficaram guardadas para Marco Aurélio Nefreire que, no aeroporto, conheceu seu filho Pedro Henrique, de três meses, que nasceu enquanto Nefreire estava preso.

    "Quando tudo aconteceu, estávamos assistindo o jogo. Minha nora me ligou dizendo que estava com medo de que o Marco estivesse entre os presos anunciados. E quando realmente descobrimos que ele estava, começou o nosso drama", lembrou a mãe de Nefreire, Ana Sueli Freire.

    "Quando o meu filho estava para nascer, eu liguei para casa e ninguém atendeu. Fiquei ansioso, triste por não estar aqui, mas feliz por ele estar saudável", disse Nefreire, que aproveitou para agradecer a todos que ajudaram, "embaixada, torcida e até o pessoal da Bolívia. Estávamos com a consciência limpa", completou ele.

    De Manaus, e sem família para esperá-lo, Cleuter Barros afirmou ser o dia mais feliz de sua vida. "Melhor do que ganhar a Libertadores", resumiu.

    "Foram dias difíceis. Quando nos prenderam, e até depois, diziam que ficaríamos presos por 30 anos. Aquilo para mim foi como uma facada. Eu sou um ser humano, comecei a chorar", disse Barros.

    Maria das Graças Andrade, mãe de Tadeu Macedo, um dos 12 torcedores presos e que estava entre sete liberados em junho, compareceu, assim como o filho, ao aeroporto para dar apoio aos últimos libertados.

    "Quero dizer à mãe desses meninos que voltam hoje para que agora elas esqueçam de tudo, curtam seus filhos, abracem, façam de tudo para eles, façam a comidinha deles", declarou emocionada.

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