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    Mudanças no comitê gestor do Santos surpreendem até lideranças do clube

    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    08/08/2013 12h00

    Causou surpresa entre a cúpula santista a decisão do presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro de destituir dois membros do comitê gestor, responsável pela administração do clube, na reunião realizada na quarta-feira na sede do clube, em Santos.

    Saíram Pedro Luiz Nunes e Caio de Stefano, no órgão desde 2012. Além de serem conselheiros do clube, função que voltam a desempenhar, eles tinham trajetória no clube. O primeiro foi diretor de futebol e o segundo foi diretor de patrimônio.

    Luis Alvaro pediu os cargos durante a reunião, mas, como o ingresso e a saída de membros do comitê necessita de aprovação do conselho, a decisão só será ratificada após votação dos conselheiros que deve ocorrer até o dia 19.

    Daniel Marenco - 21.nov.2011/Folhapress
    Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos
    Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos

    Segundo a Folha apurou, a decisão de Luis Alvaro surpreendeu os participantes da reunião e, apesar de o encontro ter prosseguido, o clima foi de baixo astral.

    "Saíram dois amigos e de uma maneira totalmente insperada. A reação foi a pior. Não houve clima para continuarmos o debate. Parece que tudo que foi construído foi jogado no lixo", disse um dos cartolas que pediu para não ser identificado.

    A decisão também não teve aprovação dos demais membros do órgão e pode até ser revertida se o conselho votar contra. A única forma de eles saírem sem passarem pelo conselho seria em caso de renúncia

    MEMBROS DESTITUÍDOS

    A Folha entrou em contato com Pedro Luiz Nunes e Caio de Stefano.

    Perguntado quais seriam as razões para uma possível renúncia, Stefano respondeu: "Não renunciei. Estamos a horas de um clássico importante [contra o Corinthians, disputado ontem à noite]. Não tomaria essa atitude em um momento assim. Seria covardia. Tenho compromisso com o clube, com a torcida e com os conselheiros que me indicaram para o comitê de gestão".

    "O Santos precisa de paz. Expor agora as discussões do comitê só conturbaria mais o ambiente", acrescentou ao ser questionado sobre o motivo da destituição.

    "Foi uma surpresa. A situação atual não é confortável, mas cabe a presidência escolher. Da mesma forma que fui escolhido para virar membro agora fui desconvidado", afirmou Pedro Luiz Nunes.

    "Futebol envolve razão e emoção. O Santos vai superar por esse processo de reformulação", acrescentou.

    Dos oitos membros do comitê gestor, apenas o vice-presidente do Santos, Odílio Rodrigues, não estava presente na reunião. Ele está afastado do clube após ter sofrido um acidente e se machucado.

    A reunião debateu o futuro do Santos, como por exemplo a demissão do gerente de futebol Nei Padolfo e a contratação do ex-jogador Zinho para a função.

    O QUE É O COMITÊ GESTOR

    O órgão foi criado em 2011, já na administração do presidente Luis Alvaro, para descentralizar o poder e tornar mais democrática as decisões no clube.

    Originalmente são noves membros, para haver um número de votos impar, que decidem tudo que envolve o clube e não apenas o departamento de futebol.

    A fórmula recebeu críticas de conselheiros, que apontam a demora na definição de contratações ou soluções para o futebol como um problema.

    O desgaste maior, no entanto, teve inicio após a eliminação da Libertadores-2012, com derrota para o Corinthians, e se agravou após a venda de Neymar, em maio.

    O grupo está desfalcado desde 1º de julho, só com sete membros, pois Alvaro de Sousa havia entregado o cargo.

    Agora, sem Pedro Luiz Nunes e Caio de Stefano, restam seis membros Augusto Videira, Jose Berenguer, Luciano Moita e Luiz Fernando Fleury, além do presidente Luís Alvaro e do vice-presidente Odílio Rodrigues.

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