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    Jogadores do Santos são blindados em meio a crise política e saída do presidente

    RAFAEL VALENTE
    ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

    17/08/2013 03h22

    Em meio as mudanças políticas que ocorrem no Santos, o time parece experimentar um universo paralelo.

    Os jogadores fizeram um treino descontraído no CT Rei Pelé, ontem, distante do clima de bastidores na Vila Belmiro, após o pedido de afastamento do presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.

    Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC
    Edu Dracena marca Willian José em treino no Santos
    Edu Dracena marca Willian José em treino no Santos

    O técnico Claudinei Oliveira disse que se mantém distante da turbulência política no clube.

    "Não interfere nada, trabalhamos normalmente. Já peguei outras turbulências, como a saída do Muricy Ramalho, a venda do Neymar, a cobrança pela goleada contra o Barcelona", declarou.

    O foco do time é voltar a vencer após cinco jogos de jejum no Brasileiro, com quatro empates e um revés. Amanhã, ante o Bahia, em Salvador, pela 15ª rodada, Claudinei prometeu força máxima.

    Odílio Rodrigues, vice de Luis Alvaro, estará no comando até agosto de 2014, quando a licença médica de Luis Alvaro chegará ao fim.

    Apesar de não estar fisicamente no clube --se recupera de cirurgias no tornozelo direito e no joelho esquerdo--, o nome de Odílio agrada aos diversos grupos políticos.

    Um dos sintomas é o clima de paz que começa a retornar aos bastidores. Os 97 oposicionistas que assinaram o requerimento de impeachment do presidente retiraram o pedido ontem, satisfeitos com a saída de Luis Alvaro.

    Já os membros do Comitê de Gestão, órgão que administra o clube, devem colocar os cargos a disposição para Odílio formar novo grupo.

    Até mesmo Pedro Luiz Nunes e Caio de Stefano, que foram afastados por Luis Alvaro mas continuam no grupo até a votação do conselho, devem entregar os cargos.

    O apoio a Odílio deve fazer com que o dirigente passe a atuar com maior proximidade no dia a dia da equipe, relacionando-se com Zinho, o gerente de futebol, e o treinador.

    Odílio como presidente também não será uma novidade. Ele já assumiu a função outras vezes, quando Luis Alvaro também se afastou por motivos médicos.

    MOTIVOS DA SAÍDA

    Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, responsável por recolocar o Santos no topo do futebol brasileiro desde 2010 e que deixou a presidência anteontem, participou de três encontros com aliados políticos antes da reunião do Comitê Gestor com os conselheiros, na noite de quinta, quando pediu o afastamento por razões médicas.

    Conforme a Folha apurou, a motivação para deixar o clube a 16 meses da eleição foi escorada em três fatores: o enfraquecimento político, a crise no futebol e os problemas de saúde do cartola.

    A situação ficou especialmente difícil após Luis Alvaro pedir os cargos de Pedro Luiz Nunes e Caio de Stefano, no Comitê de Gestão.

    A decisão, porém, passaria pelo crivo dos conselheiros, cujos votos é que aprovam ou rejeitam o ingresso e a saída de membros do comitê.

    O movimento dos conselheiros era de desaprovação, assim Pedro Luiz e Caio voltariam ao comitê. Pessoas da diretoria afirmaram à reportagem que a situação criaria um impasse.

    Outro motivo que influenciou a saída de Luis Alvaro foi a crise no futebol santista, agravada após a goleada de 8 a 0 do Barcelona, em amistoso, há duas semanas. As críticas políticas se intensificaram, alcançado o time, e até um pedido de impeachment foi arquitetado.

    Os problemas de saúde do cartola também pesaram. No último domingo, ele se reuniu com as seis filhas e ouviu um apelo para ele se cuidar. Só neste ano ele ficou internado três vezes por problemas cardíacos e passou por um cateterismo em fevereiro.

    A reportagem não conseguiu ouvir Luis Alvaro.

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