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    Programa de sócio-torcedor afunda na crise do São Paulo

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    22/08/2013 03h15

    O naufrágio do São Paulo vai além do risco de descenso, dos 12 jogos sem vencer no Brasileiro, das contratações equivocadas e das críticas a ídolos do time, como Rogério e Luis Fabiano.

    O programa de sócio-torcedor, símbolo da era de ouro do Morumbi, afundou junto com o futebol do time.

    Precursor no Brasil em benefícios para torcedores pagantes de mensalidades, o clube perdeu em três anos quase 60% dos associados.

    Julia Chequer - 7.jul.2013/Folhapress
    Torcedores na partida contra o Santos
    Torcedores na partida contra o Santos

    Com isso, deixou de arrecadar anualmente uma receita que seria suficiente para arcar com ao menos dois meses da folha salarial do time.

    Criado em 1999, o projeto de sócio-torcedor do São Paulo foi o maior do país por vários anos e chegou a ter 60 mil associados em 2010, na onda do tricampeonato brasileiro obtido entre 2006 e 2008.

    O programa do terceiro clube com mais torcedores no Brasil contava ontem com 24.455 usuários e era o oitavo maior do futebol nacional.

    "Não devemos olhar os outros clubes, temos que satisfazer o nosso sócio-torcedor. Tivemos no passado um problema de sistema, que nos deixou com só 5.000 cadastrados. E agora está difícil recuperar. Quando o time está em fase ruim, existe uma tendência de queda", afirmou o vice social Roberto Natel.

    O fracasso do programa tem reflexo pesado no caixa são-paulino. Como cada associado paga mensalidades entre R$ 30 e R$ 100, o clube teria uma receita adicional entre R$ 1,1 milhão e R$ 3,6 milhões mensais se ainda tivesse 60 mil assinantes.

    Além de problemas técnicos e da má situação do time, apontados por Natel, o programa de sócio-torcedor do São Paulo foi alvo de acusações de estar sendo usado como instrumento político.

    No mês passado, o projeto repassou aos associados e-mail da organizada Independente atacando o então pré-candidato da oposição à presidência nas eleições de 2014, Marco Aurélio Cunha.

    "Foi um erro interno. Assumi o erro e já estou sofrendo penalidades internas por isso", declarou o vice social e um dos possíveis candidatos da situação no pleito.

    O dirigente aposta que o programa voltará a crescer em ritmo acelerado com a promoção feita pelo São Paulo para o restante do Brasileiro, que baixou o preço dos ingressos para R$ 10 (arquibancada) e R$ 2 (sócio-torcedor).

    Uma semana atrás, o número de associados do clube era de pouco mais de 23 mil.

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