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    Libertadores paga menos por TV do que a Série B

    DIEGO IWATA LIMA
    MARCEL RIZZO
    MARTÍN FERNANDEZ
    DE SÃO PAULO

    06/09/2013 03h30

    Boa Esporte e Guaratinguetá recebem mais dinheiro de TV para disputar a segunda divisão do Campeonato Brasileiro do que Corinthians e Palmeiras por terem disputado a Libertadores neste ano.

    A Folha teve acesso à planilha de pagamentos aos clubes que jogaram as competições da Conmebol nos últimos três anos. A diferença para os valores que circulam no Brasil é grande.

    Editoria de arte/Folhapress

    A entidade que comanda o futebol sul-americano foi procurada pela reportagem para comentar o tema e afirmou que responderia em seu site --o que não havia ocorrido até a conclusão desta reportagem.

    Corinthians e Palmeiras, que caíram nas oitavas de final da Libertadores em 2013, faturaram cada um US$ 1 milhão (cerca de R$ 2,32 milhões) com direitos de TV.

    Os times mais modestos que disputam a Série B do Brasileiro deste ano vão ganhar R$ 3,5 milhões cada.

    A cota de televisão das equipes que participam da Libertadores depende de seu desempenho no torneio.

    O Atlético-MG, campeão da última edição, faturou US$ 4 milhões (R$ 9,3 milhões). No ano passado, quando não participou da Libertadores, o time mineiro recebeu R$ 87,5 milhões --a maior parte desse valor referente ao Campeonato Brasileiro da Série A.

    As cotas de TV para os quatro grandes clubes do Campeonato Paulista são de quase R$ 13 milhões por ano.

    Quem foi eliminado na fase de grupos da competição continental, caso do uruguaio Peñarol e do argentino Arsenal, arrecadou US$ 600 mil (R$ 1,4 milhão).

    O valor é quase igual ao que recebem os clubes pequenos para participar do Campeonato Gaúcho --Inter e Grêmio, os grandes, ganham R$ 5,5 milhões no Estadual.

    "A verdade é que pagamos para jogar a Libertadores", diz Andres Sanchez, ex-presidente do Corinthians, um dos cabeças de um grupo de oposição à Conmebol.

    Lançado nesta semana com o apoio de ex-jogadores como Romário e Maradona, o movimento pressiona a confederação a repassar mais dinheiros aos clubes.

    O maior incentivador do movimento é a Gol TV, do empresário uruguaio Paco Casal, que fez proposta para comprar os direitos de transmissão da Copa Sul-Americana e da Taça Libertadores.

    "Fizemos uma proposta maior, não conseguimos entender porque nossa oferta não foi aceita", disse Enzo Francescoli, ex-jogador uruguaio, sócio da Gol TV.

    A Conmebol não respondeu à Folha. A Fox, que detém os direitos de transmissão dos torneios interclubes no continente, informou por nota que "por cláusula de confidencialidade, não pode comentar o assunto."

    Francisco "Paco" Casal é um empresário polêmico no Uruguai. Além de um canal de TV, tem empresa de marketing e agente de atletas.

    DISPUTA POLÍTICA

    Os ataques à Conmebol também tem cunho político. Romário, Maradona, Chilavert e outros ex-jogadores criticaram cartolas poderosos do continente, como o uruguaio Eugenio Figueredo, presidente da entidade, e Marco Polo Del Nero.

    Tudo isso aconteceu no Parque São Jorge, a convite de Sanchez, que tenta se viabilizar como oposição a Del Nero na CBF.

    Fabio Braga - 14.mai.13/Folhapress
    O goleiro Bruno, do Palmeiras, sai de campo após a derrota para o Tijuana (MEX) na Libertadores
    O goleiro Bruno, do Palmeiras, sai de campo após a derrota para o Tijuana (MEX) na Libertadores

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