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    Abalado e rei das expulsões, São Paulo diz não a psicólogos

    RAFAEL REIS
    DE SÃO PAULO

    14/09/2013 03h28

    O São Paulo é o recordista de expulsões no Brasileiro. Seus dois últimos treinadores creditaram os resultados negativos da equipe a problemas emocionais dos jogadores. E nem assim pensa em contratar um psicólogo para trabalhar com o elenco.

    "Não vejo nenhuma necessidade de colocarmos um profissional. Todo mundo está jogando com muita vontade e, por causa disso, alguns excessos acontecem. Isso é natural", afirmou o vice-presidente de futebol do clube, João Paulo de Jesus Lopes.

    Segundo o dirigente, a equipe não conta com nenhum profissional da área porque nem Muricy Ramalho nem Paulo Autuori, seu antecessor no cargo de técnico, fizeram essa solicitação.

    Mas a Folha apurou que um pedido de contratação nessa linha dificilmente seria aceito pela diretoria.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Um dos homens fortes do futebol são-paulino disse à reportagem que um psicólogo faria pouca diferença no desempenho dos jogadores e que o clube já dispõe de treinadores e auxiliares que são capacitados para trabalhar o lado mental dos atletas.

    A última passagem de uma equipe de especialistas pelo clube deixou traumas.

    Contratado em 2010, depois de tratar Adriano, Carlos Alberto e Fábio Santos, para traçar o perfil mental dos atletas e tentar melhorar o rendimento dentro de campo, o psiquiatra Franklin Ribeiro foi demitido em 2011 depois de avaliações e conflitos internos que desagradaram os principais líderes do elenco.

    "O São Paulo está abalado psicologicamente. É fácil notar isso. Hoje, você vê o Rogério bater uma falta e ele atira a bola a quatro metros de altura. Um ano atrás, a bola acertava pelo menos na trave", afirmou o psiquiatra.

    O cartão vermelho recebido pelo volante Denilson na vitória por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, anteontem, insuficiente para tirar o São Paulo da zona de rebaixamento, foi o 17º do time neste ano.

    Só no Brasileiro, foram oito expulsões em 20 partidas. Ou seja, quase uma a cada dois jogos. Marca maior que a de qualquer outra equipe.

    E o excesso de cartões não está ligado a uma possível violência ou truculência dos jogadores, já que o São Paulo é o sétimo time que menos faltas faz no campeonato.

    "A parte disciplinar é dura. Mais uma expulsão. É tudo ansiedade, chegamos atrasado nas bolas", explicou Muricy, depois da partida.

    Ou seja, problemas psicológicos. Os mesmos que haviam feito Autuori dizer que o São Paulo não podia ficar atrás no placar porque se desesperava e acabava perdendo e que a ansiedade dos jogadores para afastar a crise era a maior dificuldade do time para conseguir matá-la.

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