Quatro meses depois de ser demitido do Santos, Muricy Ramalho retorna hoje à Vila Belmiro com a missão de provar que sua troca de clubes não foi um rebaixamento.
O treinador visita sua antiga equipe, candidata, ainda que remota, à classificação para a Libertadores, com um São Paulo que terminará o Brasileiro feliz caso permaneça na Série A.
E com a sensação de que, pelo menos no Santos, ele não fazia tanta diferença.
A temida catástrofe após sua saída e a transferência de Neymar ao Barcelona acabou não se concretizando.
Inicialmente interino, o técnico Claudinei Oliveira está no cargo desde a demissão de Muricy. Embora considerado "nome pequeno" por integrantes do conselho gestor, mantém um time pouco rodado longe do risco de rebaixamento e a oito pontos de uma vaga na Libertadores.
Já o perigo é uma realidade para o antigo treinador do Santos. Ele aceitou voltar ao Morumbi por menos da metade do salário que recebia na Vila Belmiro: R$ 300 mil, ante os R$ 750 mil de antes.
Depois de apenas seis partidas e mesmo com a queda para a Série B ainda como uma possibilidade, já começa a experimentar a sensação de que faz sim diferença.
"O Muricy chegou e nos deu um ânimo novo. Ganhamos três partidas seguidas e saímos da zona de rebaixamento. Estamos criando uma identidade, jogando bem. Isso, queira ou não queira, traz um pouco de confiança", afirmou o atacante Luis Fabiano.
As derrotas nas duas últimas rodadas do Brasileiro impediram que o São Paulo abrisse folga confortável para o grupo do descenso.
Só dois pontos separam a equipe do Morumbi de Criciúma e Vasco, que hoje migrariam para a segunda divisão.
Mesmo em situação bem mais confortável na Série A, o Santos considera que o rival larga na frente no clássico. Graças a seu técnico.
"Ele tem uma vantagem e qualquer vantagem no clássico é vantagem. Ele conhece os jogadores e é um treinador capacitado", completou o comandante santista, sobre o encontro com Muricy.