• Esporte

    Tuesday, 30-Apr-2024 17:05:16 -03

    Impasse entre Palmeiras e construtora pode tirar R$ 307 milhões do clube

    BERNARDO ITRI
    DO PAINEL FC
    PAULO VINÍCIUS COELHO
    COLUNISTA DA FOLHA

    22/10/2013 03h19

    O impasse entre Palmeiras e WTorre para definir o número de cadeiras a que cada parte terá direito de comercializar no novo estádio pode fazer com que o clube deixe de lucrar pelo menos R$ 307 milhões nos 30 anos de parceria com a construtora.

    Ontem à noite, a diretoria alviverde apresentou estudo ao Conselho Deliberativo que mostra possíveis receitas com locação de cadeiras e bilheteria em jogos na arena.

    Foram expostos dois cenários: o defendido pelo Palmeiras e o que a WTorre entende ser o correto --o contrato de reforma não indica como será a divisão da exploração das cadeiras da arena, como a Folha revelou em setembro.

    A metodologia usada no estudo prevê ocupação de 50% do estádio e preço médio do ingresso de R$ 40.

    No primeiro cenário, o da visão do clube, a WTorre teria direito de explorar 10 mil dos 45 mil assentos. Assim, o clube arrecadaria, segundo a apresentação, R$ 1,5 bilhão nos 30 anos de parceria com a construtora. E a WTorre, responsável pela reforma da arena, lucraria R$ 1 bilhão.

    Na segunda situação, defendida pela WTorre, a construtora exploraria todas as cadeiras, enquanto o clube só ficaria com as receitas de bilheteria. Assim, o Palmeiras ganharia R$ 1,2 bilhão, e a WTorre, R$ 1,3 bilhão.

    Ou seja, se perder a queda de braço com a construtora, o Palmeiras deixará de ganhar R$ 307 milhões com as receitas de seu estádio --R$ 10 milhões por ano. Valor que, segundo o estudo, se tornará receita da WTorre.

    O estudo prevê um prejuízo ainda maior para o clube caso a ocupação do novo estádio seja sempre a máxima: o Palmeiras pode deixar de lucrar até R$ 750 milhões.

    As contas não englobam outras receitas, como a comercialização do nome do estádio, o lucro com shows, estacionamento etc.

    No caso do nome, por exemplo, a WTorre vendeu esse direito à Allianz por R$ 300 milhões, mas o Palmeiras receberá apenas R$ 60 milhões --o contrato construtora-clube prevê o repasse de apenas 20% desse valor.

    À Folha, a assessoria de imprensa da WTorre afirmou que não teve acesso ao estudo, mas disse que a análise conta com premissas incorretas. E reafirmou que, pelo contrato, tem direito de comercializar 100% das cadeiras, do que o clube discorda.

    A WTorre também informou que, na semana passada, apresentou estudo ao presidente palmeirense, Paulo Nobre, no qual assegura ao clube uma arrecadação de R$ 1,4 bilhão nos 30 anos de parceria --incluindo o programa de sócio-torcedor na venda das cadeiras da arena.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024