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    Escritura da arena indica que Palmeiras tem razão em briga com WTorre

    BERNARDO ITRI
    DO PAINEL FC
    PAULO VINÍCIUS COELHO
    COLUNISTA DA FOLHA

    30/10/2013 12h25

    A guerra das cadeiras entre Palmeiras e WTorre ganhou um ingrediente novo nesta semana. Embora o contrato não faça menção ao número de cadeiras a serem exploradas por cada parte, a escritura de direito de superfície obtida pela Folha dá margem à interpretação feita pelo clube de que cabem apenas 10 mil lugares para a empreiteira.

    No capítulo II da concessão da superfície, o texto afirma: "O projeto prevê capacidade mínima para 40.000 torcedores sentados em lugares numerados, com previsão mínima de 200 camarotes e 10.000 cadeiras especiais."

    O texto separa lugares numerados de cadeiras especiais.

    Abaixo, no capítulo IV, sobre a exploração comercial da arena, o documento diz que, como parte do pagamento, o clube terá participação sobre as receitas pela exploração da arena pela WTorre. Ao detalhar essas receitas, a escritura menciona receitas advindas de locação de cadeiras e camarotes.

    Na última segunda-feira, o presidente Paulo Nobre participou da reunião do Conselho Deliberativo e detalhou os entraves na relação com a construtora. Uma parte dos conselheiros fez a interpretação de que esses dois textos juntos dão ao Palmeiras o direito de lutar para que a construtora explore apenas as 10 mil cadeiras especiais.

    "A WTorre sempre falou em 10 mil cadeiras. Qualquer pessoa que acompanhou esse processo tem muito claro que esse era o acordo. Se não fosse assim, o CD [Conselho Deliberativo] jamais aprovaria", afirma Paulo Nobre.

    A WTorre não concorda com essa avaliação: "O espírito do contrato nunca foi esse", diz Walter Torre, dono da construtora. Ele salienta que há outro artigo que dá á empreiteira a possibilidade de ampliar a capacidade de 40 mil lugares e explorar todos esses novos lugares (veja a imagem).

    A previsão é que a nova arena tenha 45 mil assentos, cinco mil a mais do que a capacidade exigida em contrato.

    Um dos pedidos do Palmeiras é a criação de um setor popular sem cadeiras, no modelo alemão, onde a torcida assista às partidas em pé. A escritura veda essa possibilidade, ao afirmar que o estádio deve atender ao caderno da Fifa.

    Walter Torre argumenta que o contrato prevê a parceria e a divisão das receitas. Diz também que o Palmeiras tem média de público de 16 mil pessoas e não há neste momento expectativa de vender todas as 45 mil cadeiras para fazer 100% de ocupação em todos os jogos. "Se conseguirmos isso, o Palmeiras vai ganhar muito mais. Mas não é o cenário atual."

    Na semana passada, a WTorre entregou ao clube um plano de inclusão do programa sócio-torcedor na compra das cadeiras. Nesse caso, o Palmeiras ganharia 5% da venda dos assentos e mais o dinheiro do sócio-torcedor. Além disso, toda a bilheteria dos jogos é do clube. Se a WTorre vendesse as 45 mil cadeiras, o dono do lugar não pagaria ingresso, mas o Palmeiras receberia o valor do ingresso de arquibancada por cada assento, ocupado ou não.

    Pelo preço atual (R$ 40), a WTorre daria R$ 1,8 milhão ao clube em cada jogo. A maior renda do Palmeiras neste ano foi de R$ 1,32 milhão.

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