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    Depois de 50 anos, Geraldino reivindica reconhecimento como titular no Mundial-63

    RAFAEL VALENTE
    ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

    16/11/2013 02h50

    Geraldino enfrentou o Milan na primeira partida do Mundial de Clubes de 1963, mas, como se machucou, ficou fora dos dois jogos no Maracanã na sequência. No entanto, o ex-lateral esquerdo dificilmente é citado como um dos desfalques daquela decisão. Algo que ainda tenta corrigir 50 anos depois daquela conquista.

    "Todo mundo diz que o Santos teve três desfalques nos dois jogos no Rio. Citam Calvet, Zito e Pelé, mas esquecem o Geraldino. Eu fui titular e só não joguei no Rio por causa de uma lesão no joelho", disse Geraldino à Folha.

    Aos 73 anos, o ex-jogador relembra algumas passagens daquela decisão. Mas não recorda em qual joelho sofreu a lesão. E, apesar de não ser citado como um desfalque, Geraldino é firme ao afirmar que isso não o entristece. Pelo contrário, fica contente por ter feito parte de uma geração vitoriosa.

    MAIS BICAMPEÕES

    "Ganhamos quase tudo, foram ótimas temporadas do Santos", disse o ex-lateral que tem 214 jogos e dois gols pelo Santos, clube que defendeu de 1963 a 1968.

    Acompanhe a entrevista do ex-lateral esquerdo, como parte da série de textos sobre o bicampeonato mundial de 1963.

    *

    O senhor participou do jogo na Itália. Qual a lembrança tem daquela partida?
    O jogo foi muito difícil. O problema é que o Pelé já jogou machucado. Não pôde render tudo que poderia e nosso time ficou um pouco desorientado. [O zagueiro] Maldini jogou bem. [O volante] Trapattoni anulou o Pelé. Eles mereceram o resultado [de 4 a 2]. MAS nós tínhamos certeza que no Maracanã a gente reverteria o resultado como reverteu. O Santos tinha uma equipe muito forte e era difícil perder vários jogos seguidos.

    Por que o senhor não participou dos jogos no Rio?
    Eu me machuquei na Itália. Na verdade, eu, Zito, Calvet e Pelé não jogamos os outros dois jogos no Maracanã. Pelo que lembro eu fui substituído pelo Dalmo, ele já era o meu reserva. O Calvet, pelo Haroldo. O Pelé, pelo Almir. O Zito, pelo Ismael. Com isso, a única mudança no time foi que o Lima deixou a lateral direita e foi deslocado para o meio de campo, mas ele era o curinga do time mesmo.

    Mas o titular era o Dalmo, não era?
    Naquela fase já não era mais. Eu estava fixo na posição. Não vai escrever que eu era reserva, hein [risos].

    Mas imagino que nem todos conheçam essa história, certo?
    É porque eu me machuquei e não pude jogar no Rio. O Dalmo era um extraordinário jogador, entrou muito bem e até foi coroado com o gol do título.

    O senhor lembra qual foi sua lesão?
    Tive uma lesão no joelho, não lembro em qual, e tive de operar. Só voltei a jogar em 1964, ano em que fizemos um campanha razoável, depois em 1965 fizemos uma campanha excelente. Fomos tricampeões brasileiros e campeões paulista. Em 1965 e 1966, ganhamos quase tudo. Foram ótimas temporadas. Aquele time era fantástico.

    Como o senhor estava machucado, acabou assistindo a final no Maracanã como o Pelé e o Zito?
    Não. Eu não fui ao Rio. Fiquei em Santos fazendo tratamento. Acompanhei o jogo em Santos, pela televisão em casa, com a família. Fiquei nervoso. Até hoje eu não gosto de assistir. Fico muito agitado, nervoso. Naquela época, então... um título mundial!

    Editoria de Arte/Folhapress
    Infográfico mostra como estão hoje jogadores que conquistaram o título do Mundial de Clubes em 1963
    Infográfico mostra como estão hoje jogadores que conquistaram o título do Mundial de Clubes em 1963

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