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    Rio de Janeiro

    Brasil terá mais de 40 técnicos estrangeiros em suas seleções para a Olimpíada do Rio

    PAULO ROBERTO CONDE
    DE SÃO PAULO

    19/11/2013 11h43

    A legião de estrangeiros no esporte brasileiro não está restrita aos atletas. De olho nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, técnicos do exterior também têm aterrissado aos montes no país.

    Ao todo, já são 39 não brasileiros no comando de seleções nacionais contratados diretamente pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), com recursos próprios ou oriundos da Lei Piva.

    A entidade também tem prestado serviço consultivo para confederações que desejam contratar técnicos de maneira independente. O objetivo anunciado do COB é que o Brasil fique entre os dez primeiros no quadro de medalhas em 2016.

    Na Olimpíada de Londres, em 2012, o país foi apenas o 22º na tabela (3 ouros, 5 pratas e 9 bronzes).

    O acerto com treinadores estrangeiros é uma das soluções encontradas para tentar acelerar a melhoria no desempenho dos atletas.

    Na quinta-feira da semana passada, o croata Ratko Rudic, detentor de seis medalhas olímpicas, foi o mais novo "medalhão" apresentado. Ele comandará a seleção masculina de polo aquático, que não disputa uma Olimpíada desde os Jogos de Los Angeles-1984, a partir de 2014.

    Neste ano, o espanhol Jesús Morlan, também ganhador de medalhas olímpicas, foi trazido para comandar a canoagem nacional. Baseado em São Paulo, ele não vê problema na importação de mão-de-obra estrangeira.

    "Na Espanha aconteceu o mesmo, quando dos Jogos de Barcelona, em 1992. Contrataram os melhores técnicos do mundo, e isso preparou os técnicos nacionais para os próximos eventos", disse.

    A lista é ampla e até curiosa. Há no país técnicos de Guiné Bissau (boxe), Nova Zelândia (rúgbi), Romênia (levantamento de peso), Estados Unidos (polo aquático feminino), Coreia do Sul (tiro com arco) e Ucrânia (atletismo e tiro esportivo).

    Vale ressaltar que nem todos foram contratados especificamente para 2016, e alguns deles nem mesmo no Brasil residem, como Vitaly Petrov, ucraniano que ajuda Fabiana Murer a se preparar no salto com vara.

    Entre outros esportes com "professores" do exterior, estão handebol, esgrima e triatlo. Até mesmo os mais laureados adotaram o expediente.

    O judô, esporte com mais pódios para o Brasil em Olimpíadas (19, neste caso separando vôlei do vôlei de praia), conta desde o primeiro semestre com a japonesa Yuko Nakano. Ela trabalhou com a equipe britânica nos Jogos de Londres e vai compor a comissão técnica brasileira para o Rio.

    "O Brasil pode medalhar em todas as categorias no judô, porque tem muito potencial. Mas haverá muita pressão. Eu posso ajudar nesse aspecto", disse a ex-judoca.

    Em Londres, o país obteve quatro medalhas, das quais um ouro e três bronzes.

    Já o basquete tem um dos gringos mais badalados: o argentino Rubén Magnano, que levou a seleção masculina a um quinto lugar na última Olimpíada.

    O técnico, porém, corre riscos. A equipe nacional falhou ao tentar vaga na Copa do Mundo da Espanha, que ocorrerá no próximo ano, e depende de convite da federação internacional para disputá-la.

    Magnano se envolveu em discussões públicas com jogadores que atuam na NBA e que desfalcaram a seleção na Copa América, que era classificatória para o Mundial da Espanha.

    ENGORDA

    Segundo o COB, a prática de contar com treinadores estrangeiros "é comum entre comitês olímpicos nacionais de todos os países". O superintendente da entidade, Marcus Vinícius Freire, afirmou que a tendência é de que o número cresça até os Jogos de 2016.

    A entidade ressaltou a criação da Academia Brasileira de Treinadores, que dá cursos com duração de até dois anos, como contraponto ao número de estrangeiros contratados.

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