O zagueiro do Corinthians Paulo André, um dos líderes do movimento Bom Senso F.C., disse nesta tarde que a nota emitida pela Confederação Brasileira de Futebol foi superficial.
A entidade enviou um comunicado destacando alguns pontos reivindicados pelo movimento. Segundo o texto, os períodos de 30 dias de férias e 30 dias de pré-temporada, exigidos pelo grupo, podem ser formalizados a partir de 2015.
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Sobre a redução no número de partidas, a CBF sugeriu o máximo de 65 no ano. O comunicado ainda cita outros itens que, de acordo com o jogador corintiano, são vagos.
"Pelo que entendi foi superficial, não resolve nada mais uma vez e vamos ver o que vamos fazer como manifestação para, novamente, chamar a atenção. Precisamos mostrar a todos que, infelizmente, as coisas não estão bem encaminhadas pela entidade", afirmou Paulo André.
O zagueiro ressaltou que as manifestações continuarão até que haja um posicionamento definitivo. "Não tem nada de profundo, de importante e decisivo. Então, provavelmente, continuaremos."
Reprodução/Facebook/Bom Senso F.C. | ||
Jogadores que formam o movimento Bom Senso F.C. posam para foto |
Paulo André, que não descartou a possibilidade de greve, disse que a CBF está 'empurrando com a barriga' e acha que como o ano está acabando o assunto vai esfriar. "Temos mais duas rodadas do Brasileiro e ainda podemos fazer alguma coisa."
O corintiano ainda afirmou que irá conversar com outros membros do Bom Senso hoje à noite para ver qual atitude tomarão.
No Campeonato Brasileiro, o grupo já se manifestou em duas rodadas. Na primeira ocasião, os jogadores tocaram a bola de um time para o outro por um minuto após o apito inicial. Na segunda, antes da bola rolar, os atletas sentaram nos gramados e cruzaram os braços.
CONFIRA PARTE DA NOTA DA CBF:
A CBF tomou conhecimento de propalada manifestação de atletas profissionais, que buscariam:
1. Férias de 30 dias - decorrendo de norma legal, sempre foram concedidas.
2. Temporada de 30 dias para preparação física - medida que já foi objeto de discussão por clubes, entidades de classe e os próprios atletas, sendo aprovada por todos.
3. Redução do número de jogos por atletas/clube - é assunto submetido à Comissão de Clubes para encaminhamento aos Conselhos Técnicos dos Clubes, aos quais cabe, com exclusividade, resolver a questão. Não se deve esquecer que a redução acarretará perda de receita, impondo acurado estudo, pelos Clubes, que serão direta e pesadamente atingidos; a CBF sugere que se limite o número máximo de partidas em 65.
4. "Fair play" financeiro - a medida deu bons resultados na Federação Paulista, mas requer aperfeiçoamento para implantação em âmbito nacional. Depende, ademais, do equacionamento das dívidas dos Clubes (matéria que a CBF e os Clubes trabalham arduamente perante o Governo Federal e o Congresso Nacional em busca de viabilização do pagamento de tais dívidas e não sua remissão, ao contrário do que apregoam alguns órgãos de imprensa). A CBF se dispõe a somar esforços, inclusive com os jogadores, no sentido de aperfeiçoar os dispositivos legais em torno do assunto.
5. Representação dos atletas participando dos Conselhos Técnicos - isso já ocorre de forma extraoficial com o Sindicato dos Atletas, mas poderá ser oficializado. Para tanto, faz-se necessária a aprovação pela Assembleia Geral da CBF ou em reunião dos clubes.
A CBF lembra também que mesmo com encerramento da atual temporada haverá tempo suficiente para aprofundamento das discussões com os atletas.