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    Com estádios da Copa, ingressos do Brasileiro de 2013 variam 19.900%

    ELIANO JORGE
    DE SÃO PAULO

    10/12/2013 12h03

    Os ingressos do Campeonato Brasileiro de 2013 custaram entre R$ 2 e R$ 400.

    Apesar dessa variação de 19.900%, todos os jogos das 38 rodadas possuem o mesmo valor para a pontuação da competição.

    Editoria de arte/Folhapress

    Os motivos para a disparidade de preços são partidas em estádios da Copa do Mundo de 2014, setores bem diferentes, o time adversário e fases ruins de clubes na competição.

    A maior renda com bilheteria em toda a história do Campeonato Brasileiro foi obtida na primeira rodada desta edição, no reconstruído Mané Garrincha, em Brasília: R$ 6.948.710.

    Lotado sobretudo por flamenguistas, o estádio era testado para a Copa das Confederações e sediava a despedida de Neymar, que trocava o Santos pelo Barcelona. Os ingressos iam de R$ 80 a R$ 400. Não sobrou nenhum dos 63.501 disponíveis.

    Entre os ingressos mais baratos de cada partida deste Brasileiro, o recorde de mais caro atingiu R$ 100, mostram os borderôs publicados no site da CBF.

    Foi quanto o Atlético Paranaense cobrou diante do Flamengo em Joinville, embora a meia-entrada para idosos e estudantes tenha custado R$ 50 e sócios-torcedores atleticanos tenham pago R$ 10.

    Pedro Ladeira - 26.mai.13/Folhapress
    Torcedores na partida entre Flamengo e Santos em Brasília
    Torcedores na partida entre Flamengo e Santos, no Mané Garrincha, em Brasília

    O clássico entre vascaínos e flamenguistas teve o mesmo preço no Mané Garrincha. Aos associados do Vasco, porém, bastavam R$ 25.

    No Maracanã, Flamengo e Botafogo também jogaram com bilhetes de, no mínimo, R$ 100, sem contar descontos para sócios. O Criciúma fez o mesmo em casa, com sócios beneficiados pelo valor de R$ 10.

    Já os bilhetes mais baratos do Brasileiro, de R$ 2, foram oferecidos por Ponte Preta, que tentatava fugir do rebaixamento, e Santos, que então mantinha poucas chances de ir à Taça Libertadores. Meia-entrada custava R$ 1.

    Participantes de programas de sócio-torcedor de outras equipes também tiveram ingressos com esses preços irrisórios em várias partidas.

    Em geral, as promoções tinham por objetivo atrair o público quando os times iam mal.

    Vitor Silva-1º.ago.2013/SSPress
    Jogadores do Botafogo comemoram vitória diante de arquibancadas vazias no setor de ingressos mais caros do Maracanã
    Jogadores do Botafogo comemoram vitória diante de arquibancadas vazias no setor de ingressos mais caros do Maracanã

    Conhecer uma das arenas da Copa de 2014 num jogo com arquibancadas cheias e pagar pouco foi questão de oportunidade para alguns espectadores.

    Os preços oscilaram até num único estádio, em jogos do mesmo clube. Para ver o Vasco no Maracanã, nesta Série A, por exemplo, o ingresso mais barato custou entre R$ 80 (sócios pagavam a metade), contra o Fluminense, e R$ 10 (com meia-entrada a R$ 5), contra o Santos.

    O tricolor carioca, aliás, estabeleceu esses mesmos preços díspares entre o Fla-Flu e os derradeiros compromissos.

    A troca do velho estádio dos Aflitos, em Recife, pela nova Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, elevou o preço dos ingressos do Náutico, que ia se encaminhando à Série B.

    Antes, eles custavam entre R$ 15 e R$ 40. Depois, entre R$ 25 --com o programa do governo estadual a partir da apresentação de notas fiscais-- e R$ 160, além de meia-entradas de R$ 20.

    No estádio Alfredo Jaconi, do Juventude, em Caxias do Sul, o Grêmio estreou com ingresso mais barato a R$ 20 --sócios pagavam a metade. Na nova casa, a Arena, o inflacionou para R$ 40. O bilhete mais caro correspondia a R$ 160.

    LUCRO COM TORCIDA ALHEIA

    A Portuguesa vendeu dois mandos de campo para arrecadar mais dinheiro em confrontos contra Flamengo e Corinthians.

    Se no Canindé cobrava de R$ 40 a R$ 60, com meia-entrada e bilhete de sócios a R$ 20, o duelo diante dos corintianos em Campo Grande teve ingressos de R$ 60 a R$ 120, com meia-entrada a R$ 30.

    Contra os flamenguistas em Fortaleza, no Castelão reformado para a Copa das Confederações, o piso foi de R$ 50 e o teto, R$ 120. Estudantes desembolsaram R$ 25.

    Rodrigo Coca-29.set.2013/Fotoarena/Folhapress
    Pato, do Corinthians, disputa a bola com Ferdinando, da Portuguesa, no Morenão, em Campo Grande
    Pato, do Corinthians, disputa a bola com Ferdinando, da Portuguesa, no Morenão, em Campo Grande

    Usando o estádio Durival Britto, do rival Paraná, o Atlético Paranaense cobrou R$ 120 das torcidas adversárias no Brasileiro. De corintianos e gremistas, R$ 150. Estudantes pagaram metade.

    Aos atleticanos cabia uma cota de 358 ingressos a R$ 50. Aos sócios rubro-negros, R$ 10. Fora isso, as arquibancadas mais baratas não saíam por menos de R$ 120.

    Seu arquirrival Coritiba também seguiu uma tabela de preços que privilegiava os sócios-torcedores.

    Eles tinham ao seu dispor ingressos de R$ 10. O resto da torcida pagava, no mínimo, R$ 80. Contra o Náutico, o bilhete menos caro chegou a R$ 95, que foi o valor fixo para os visitantes. Em todos os casos, a meia-entrada mais barata era de R$ 47.

    SOBE E DESCE NA BAHIA

    O Vitória experimentou diferentes razões para variar seus preços. Na estreia diante do Inter, cobrou no mínimo R$ 70, com meia-entrada pela metade deste valor, na Fonte Nova que se preparava para a Copa das Confederações. Sócio-torcedor pagava R$ 7,50. O setor mais caro exigia R$ 165.

    No Barradão, sem a exigência da carteirinha de estudante, a meia-entrada custava R$ 30. Quando o rubro-negro se aproximou da zona de descenso, no meio da competição, ela passou a valer R$ 20.

    Seu arquirrival, o Bahia, também recorreu ao barateamento para encher a Fonte Nova. Após uma campanha de público-zero feita por torcedores contra a diretoria que mais tarde acabaria deposta pela Justiça, o bilhete mais acessível custava R$ 40, com meia-entrada a R$ 20.

    Em seguida, no cumprimento de uma punição em Aracaju, pulou para R$ 50. Chegou a R$ 60 na Fonte Nova e despencou para R$ 20 no fim, quando os tricolores fugiam do descenso.

    Sócios-torcedores sempre desembolsavam R$ 7,50 por jogo. O setor mais elitizado baixou seu preço de R$ 165 para R$ 120. A compra de meia-entrada exigia a apresentação da carteirinha de estudante, mas a passagem pela catraca, não.

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