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    Antes 'celeiro' de craques, Copa São Paulo vira vitrine para técnicos

    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    03/01/2014 03h00

    Apontada como celeiro de craques, a Copa São Paulo de futebol júnior virou nos últimos anos uma vitrine de treinadores e não de jogadores.

    Das últimas sete edições, três técnicos que chegaram à final da competição figuram hoje na elite do futebol brasileiro. São os casos de Enderson Moreira, Claudinei Oliveira e Marquinhos Santos.

    Enderson ganhou projeção nacional ao levar o Cruzeiro ao título da Copa São Paulo de 2007, quando venceu, nos pênaltis, o São Paulo por 6 a 5, após um empate por 1 a 1.

    Divulgação
    Enderson Moreira comanda treino do Goiás
    Enderson Moreira comanda treino do Goiás

    Dois anos depois, Marquinhos Santos foi vice-campeão com o Atlético-PR –caiu na final diante do Corinthians, por 2 a 1, no Pacaembu.

    Já Claudinei Oliveira triunfou no ano passado, quando o Santos venceu o Goiás por 3 a 1 na decisão. Cinco meses depois, ele assumiu o time profissional do clube no lugar de Muricy Ramalho. Atualmente, está no Goiás.

    "Aquele título foi importantíssimo para o crescimento da minha carreira", disse Enderson, que assumiu o Grêmio, atual vice campeão nacional, após terminar o Brasileiro do ano passado na sexta colocação com o Goiás.

    De acordo com o treinador, a competição tem "forte apelo de mídia e se torna uma grande porta de entrada".

    A opinião é compartilhada por Marquinhos, novo técnico do Bahia –no Brasileiro, treinou o Coritiba. "Acredito que o vice-campeonato foi um passaporte para eu ganhar uma projeção na carreira. Pude apresentar o meu trabalho e fui valorizado."

    PROMESSAS

    A ascensão dos treinadores coincide com o sumiço de jovens promessas do futebol.

    O torneio, que chega à 45ª edição, já revelou, entre outros, Falcão (Inter, em 1972), Toninho Cerezo (Atlético-MG, em 1972), Casagrande (Corinthians, em 1980), Djaminha (Flamengo, em 1990) e Dener (Portuguesa, em 1991),

    A última revelação da competição foi Lucas, hoje no Paris Saint-Germain. Em 2010, o ex-são-paulino não foi o protagonista do título conquistado por sua equipe.

    De acordo com os técnicos, a mudança no regulamento, que diminuiu de 20 para 18 anos a idade limite dos jogadores, como aconteceu em 2012, é o principal motivo para a ausência de talentos.

    "Com 18 anos, esses jovens estão em processo final de formação. Agora que os vice-campeões de 2009 estão se destacando, amadurecendo", disse Marquinhos, citando o zagueiro Manoel e o atacante Marcelo, do Atlético-PR.

    "Antecipar a subida do jogador atrapalha no crescimento do atleta que tem condições de estourar. Eles começam a ficar prontos com 20 anos", analisou Enderson.

    "Neste ano, sofri uma grande pressão para utilizar os jogadores do Goiás que foram vice-campeões, mas eles ainda não estavam prontos."

    Para tentar viabilizar o aproveitamento de novos talentos, a Federação Paulista de Futebol atendeu a pedido dos clubes e alterou para 19 anos a idade limite este ano.

    Colaborou RAFAEL VALENTE, de São Paulo

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