O português Cristiano Ronaldo ofuscou o argentino Lionel Messi, e também o francês Franck Ribéry, na entrevista que os três candidatos a melhor do mundo em 2013 concederam nesta segunda-feira, em Zurique.
Ronaldo, atacante de 28 anos do Real Madrid, é o favorito para levar o prêmio, já que teve uma temporada melhor, em números, do que Messi, 26, do Barcelona - fez mais gols (69 a 45), deu mais assistências (17 a 14) e brilhou pela seleção de Portugal em uma eliminatória europeia complicada, enquanto a Argentina via facilidade na América do Sul.
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Mesmo assim, o vencedor do troféu só será conhecido mais tarde e, como a votação é feita por técnicos e capitães das 209 associações, e alguns jornalistas, é impossível saber se Messi, que ainda é considerado o melhor da atualidade, não recebeu mais votos.
Ribéry, 30, do Bayern de Munique, é considerado azarão na disputa.
No teatro que receberá a festa de gala da Fifa, jornalistas portugueses de Madri estão em maior número do que os de Barcelona, esperando uma vitória de Ronaldo.
As maiorias das perguntas, com os jogadores sentados lado a lado, foram direcionadas ao português, que disse não sentir falta de mais Bolas de Ouro no armário da sala de sua casa. Ele venceu a de 2008, mas desde então, por quatro vezes seguidas, perdeu para Messi.
Enquanto três perguntas eram direcionas a Ronaldo, uma era a Messi. Ribéry quase não foi contestado.
"Eu trabalho com ambição de bater os meus própios recordes, tento estar sempre em forma, jogar sempre bem em meu clube e seleção. Esta [premiação] é uma cereja no topo do bolo. Se ganhar, perfeito. Se não ganhar, a vida continua, serei o mesmo de temporadas passadas", disse Ronaldo.
Messi, logo a seu lado, ficou todo o tempo com expressão fechada. Considerado retraído, repetiu discurso do português de que "ganhar o Bola de Ouro" não mudará minha vida. "Se não ganhar, tudo bem", disse Messi, sucinto ao máximo.
O discurso é válido, mas levantar o troféu melhora a imagem do atleta, por exemplo, para conseguir acordos publicitários.
Como publicou a Folha na edição de domingo, a equipe que trabalha com o brasileiro Neymar, que neste ano disputa prêmio secundário de gol mais bonito de 2013, trabalha para que ele esteja entre os finalistas no ano que vem de olho no mercado asiático, onde ficaria mais conhecido.
'BRIGA' COM BLATTER
Cristiano Ronaldo admitiu que "fez as pazes" com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em uma conversa telefônica no início de janeiro.
No fim de 2013, Blatter, em uma palestra na Universidade de Oxford, disse que preferia Messi porque Cristiano Ronaldo se preocupava mais com sua aparência.
"Conversamos por telefone, é um assunto do passado. Esclarecemos algumas situações. Importante que estou aqui [no Bola de Ouro]. Vou continuar a ser o mesmo jogador", disse Ronaldo.
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