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    Kleina vê Valdivia como gênio e quer jogar Libertadores com planejamento pelo clube

    DIEGO IWATA LIMA
    ENVIADO ESPECIAL A ITU

    13/01/2014 14h45

    O técnico Gilson Kleina, que está estudando a história do Palmeiras para usá-la como elemento de motivação em suas palestras aos jogadores, fez um balanço sobre seu período no clube, iniciado em setembro de 2012.

    O técnico crê ter evoluído muito devido à pressão imposta pelas proporções do clube.

    Pensando na conquista de um título neste ano, e em voltar à Libertadores, o treinador falou também sobre o time que está se formando, sobre a importância de Valdivia para a equipe e sobre a gestão Paulo Nobre.

    CENTENÁRIO E TÍTULO

    Kleina não quer que o ano dos atletas gire em função da data. Mas quer que os jogadores saibam o que ela representa.

    "Nós representamos todos aqueles que tiveram sua parcela na história do clube, desde o primeiro imigrante, todos os jogadores e torcedores. A história é muito longa, eles não vão aprender tudo, mas tem de ter noção. Até para o jogador entender porque o palmeirense é tão exigente, mas também tão fervoroso", afirma.

    "Por isso, precisamos ter uma conquista neste ano", diz. "Eu acredito que vamos conseguir. Não só pelo ano. Porque em todos os anos há pressão por títulos no Palmeiras", afirma.

    Eduardo Knapp/Folhapress
    O técnico do Palmeiras, Gilson Kleina, em Itu
    O técnico do Palmeiras, Gilson Kleina, em Itu

    AMADURECIMENTO

    O técnico diz que o único momento de leve calmaria no clube veio depois de o time ter garantido o acesso à Série A, em outubro do ano passado. E que isso acelerou seu amadurecimento profissional.

    "Eu sempre trabalhei com uma pressão diferente e importante. Uma hora, era a obrigação de não cair. Depois, de formar o elenco e subir para a Série A, dentro de um cenário de dificuldade financeira. No Palmeiras, é preciso estar atento a tudo. Um treino ruim repercute muito, porque o Palmeiras é o Palmeiras", diz.

    ELENCO

    Gilson queria que Vilson, Charles e Márcio Araújo tivessem renovado seus contratos. Mas comemorou a chegada de reforços e a permanência de Leandro.

    "Com a renovação de Vilson, Charles e Márcio Araújo, a gente já chegaria com um estágio mais avançado para uma formação futura. Manter o que funcionou e trazer novos jogadores acelera a formação de grandes equipes", diz.

    "A minha intenção sempre foi melhorar o grupo. O grupo do ano passado se superou e nos ajudou, mas era preciso qualificar", afirma.

    BASE

    Kleina diz que que vai aproveitar garotos da equipe Sub-19 que disputa a Copa São Paulo.

    "Eu gosto do Christopher e do zagueiro Gabriel Dias, que é o capitão. Há outros nomes, também, mas esses dois já me chamaram a atenção", afirma.

    DESCONFIANÇA

    Bom para times do interior e pequenos? Não. Kleina acha que já amadureceu para dirigir um clube grande.

    "Entendo a desconfiança quando eu cheguei, apesar de a Ponte não ser tão pequena quanto imaginam. Mas acho que esse pensamento mudou depois da metade da Série B, devido a trabalho que desenvolvemos e porque eu assumi o desafio", diz.

    "Eu considero que a cada ano eu estou me preparando. Mas se eu disser que já estou do tamanho do Palmeiras, estaria sendo pretensioso", diz.

    SELEÇÃO

    Claro, uma seleção, inclusive a brasileira, está nos planos de Kleina. Mas o técnico avalia ainda não estar neste momento em sua carreira.

    "Os grandes treinadores da seleção passaram por aqui, inclusive o atual. O Palmeiras proporciona isso, qualifica os profissionais. Sei que esse não é o meu momento, há alguns treinadores à minha frente, por merecimento", afirma.

    Rubens Cavallari-14.mai.2013/Folhapress
    Gilson Kleina, após eliminação do Palmeiras contra o mexicano Tijuana no Pacamebu, na Libertadores de 2013
    Kleina, após eliminação do Palmeiras na Libertadores-2013

    PLANOS

    "Eu quero ter uma grande conquista. E quero colocar o Palmeiras na Libertadores com condições. Nós jogamos a Libertadores de 2013 no afogadilho. Por isso sou grato ao grupo", diz.

    O técnico ainda não se conformou com a eliminação na competição continental no ano passado.

    "Jogamos para eliminar o Tijuana. Nós tínhamos convicção de que era possível", afirma.

    SÉRIE B

    Chega de segunda divisão? Kleina não renega o torneio, já que o destino já lhe pregou uma peça. E ainda lamenta não ter conseguido manter o clube na Série A, em 2012.

    "Quando subi a Ponte para a Série A, em 2011, me falaram isso, que Série B, nunca mais. Aí, eu vim para cá e joguei a Série B com uma potência como o Palmeiras", relembra-se.

    "Quando cheguei, eu estava otimista, entusiasmado. Ganhamos do Figueirense, da Ponte Preta, do Millonarios na Sul-Americana... Aí veio o clássico com o São Paulo (derrota por 3 a 0), muitas lesões, como a do Valdivia, as perdas de seis mando de campo...", lamenta-se.

    VALDIVIA

    O técnico deposita muita confiança no seu camisa 10. Mas sabe que o jogador precisa de um tratamento especial para poder jogar.

    "O Valdivia é gênio. Se a gente continuar com o trabalho que a gente desenvolveu, o palmeirense vai vê-lo ainda melhor neste ano", afirma. "Mérito dele, que aceitou fazer o que pedimos", diz.

    "A ideia é colocá-lo cada vez mais em partidas decisivas. Ele vai fazer uma pré-temporada mais longa que os demais, a musculatura dele é diferente. O torcedor já entendeu isso", diz..

    PAULO NOBRE

    Kleina acredita que Paulo Nobre está no caminho certo. E concorda com a administração pensada em longo prazo que ele vem instituindo.

    "O presidente não quer fazer o Palmeiras sangrar por anos por causa de um ano só", diz.

    O treinador diz ter entendido a proposta de pagamento por produtividade e metas que o clube vem oferecendo a novos contratados. Ele mesmo tem contrato nestes moldes.

    "Essa questão de produtividade é nova, mas também motiva. Ele tem esse conceito, que é difícil de colocar e explicar. Só com o tempo é que mais pessoas vão assimilar. Mas o presidente tem uma base estudada para propor isso", acredita.

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