O diretor de finanças do Corinthians, Raul Corrêa da Silva, calcula que o Corinthians tem entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões de dívidas com o elenco profissional. Entre os débitos, estão direitos de imagem não pagos para Alexandre Pato que podem chegar a R$ 2 milhões.

"Não lembro o valor exato, mas está entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões. Mas o jogador não está reclamando. Nós vamos pagar", reconheceu o dirigente à Folha, afirmando ter sido feito acordo e sem dar prazo.

Nas contas do responsável pela parte financeira do clube, há também uma dívida de R$ 1 milhão com Ralf. O clube comprou parte dos direitos econômicos que pertenciam ao jogador. Também atrasou o pagamento de R$ 2 milhões ao América-MG referente à compra do meia-atacante Rodriguinho.

A revelação inicial de Corrêa, feita ao programa "Bate-Bola", da ESPN Brasil, fez com que o Corinthians divulgasse nota negando que o clube atravesse uma crise financeira.

"O Corinthianss não está em situação difícil. Sempre há a administração de recursos. Nosso balanço deste ano é conservador até pelo nosso histórico, de sempre sermos conservadores", disse o próprio diretor de finanças ao site do clube.

Horas mais tarde e diante da reação negativa, o dirigente fez questão de deixar claro que os valotres devidos não preocupam a diretoria.

"Se nós tivéssemos R$ 50 milhões em caixa agora, não significa que faríamos esses pagamentos. Está tudo dentro do que podemos administrar", completou.

	Rubens Cavallari-7.nov.2013/Folhapress
	O atacante Alexandre Pato treina no CT do Corinthians

O reconhecimento dos atrasos causou mal estar apesar de na quinta-feira, em entrevista coletiva, o agora ex-diretor de futebol, Roberto de Andrade, ter admitido que "um ou outro" jogador tem dinheiro a receber de direito de imagem. Ele não citou nomes. Corrêa garante que o clube tem cerca de R$ 12 milhões a receber da Caixa Econômica Federal.

Até agora, em contratações, o clube gastou apenas R$ 1,5 milhão, parcelados, para comprar 50% dos direitos sobre o volante Bruno Henrique, que pertencem ao Londrina. A negociação ainda não foi finalizada porque a equipe paranaense pede a apresentação de uma garantia bancária. Os outros dois reforços acertados, Uendel e Fágner, chegam de graça.

Diante da situação financeira do clube, conselheiros da oposição questionam gastos como R$ 400 mil pagos de patrocínio para o lutador Anderson Silva. "O 13º salário dos funcionários foi pago com dificuldades, mas foi pago", afirma Osmar Stábile, possível candidato da oposição à presidência.

A folha de pagamento do elenco profissional, no final de 2013, rondava a casa dos R$ 9 milhões mensais.