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    Torcedores brigões de Atlético-PR e Vasco completam um mês presos

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    19/01/2014 01h45

    Os torcedores de Atlético-PR e Vasco que se envolveram numa briga durante a última rodada do Brasileiro, em dezembro, completam hoje um mês de prisão.

    Quatro pessoas ficaram feridas na confusão, transmitida ao vivo pela TV e com repercussão no mundo todo. Dias depois, a polícia fez uma megaoperação em três Estados e prendeu 25 torcedores identificados pelas imagens.

    Todos continuam detidos preventivamente, acusados de incitação à violência, dano ao patrimônio público e formação de quadrilha –sete deles também respondem por tentativa de homicídio.

    A Justiça tem negado repetidos pedidos de liberdade do grupo, inclusive do ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti (PP), também preso.

    Geraldo Bubniak-8.dez.2013/Fotoarena/Folhapress
    Torcedores de Atlético-PR e Vasco brigam na Arena Joinville (SC), no último domingo
    Torcedores de Atlético-PR e Vasco brigam na Arena Joinville (SC), no último domingo

    Até ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) os advogados já recorreram, sem sucesso.

    Juízes têm entendido que a prisão é necessária para garantir a ordem pública e evitar que os acusados voltem a cometer os mesmos crimes.

    Os despachos também destacam a "barbárie" dos fatos, a possibilidade de reincidência e o "excelente" trabalho da polícia, que identificou os réus por imagens.

    "[É preciso] Resguardar a credibilidade do Poder Judiciário em face da gravidade dos delitos e sua repercussão no meio social", afirmou a juíza Karen Reimer, da 1ª Vara Criminal de Joinville.

    QUEIXAS

    Advogados têm reclamado da continuidade da prisão, que consideram "desproporcional" e "exagerada". "Estão rasgando o Código de Processo Penal", diz o advogado José Odenir Lopes, que defende um dos presos. "A prisão é a exceção, e não a regra."

    "O Judiciário quer revestir a medida de um caráter pedagógico", diz Haroldo César Nater, advogado de 12 réus. "Mas é uma violência."

    A maioria dos réus não tem antecedentes criminais. Em média, têm 26 anos; alguns são casados e têm filhos. Grande parte do grupo está preso em Joinville, onde aconteceu a partida, separado dos demais detentos.

    Para o delegado Dirceu Silveira Júnior, que comandou as prisões, os mandados "têm provas e estão respaldados na formalidade processual". "Isso [argumentar] é uma estratégia da defesa."

    Os advogados dizem que faltou responsabilizar "os peixes grandes". Para eles, há questões de fundo a serem exploradas, como a falta de policiamento no estádio e o número insuficiente de seguranças contratados pelo Atlético-PR, mandante do jogo.

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