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    Presidente do Barça renuncia ao cargo por conta do 'caso Neymar'

    DE SÃO PAULO

    23/01/2014 11h29

    Sandro Rosell decidiu renunciar à presidência do Barcelona diante das investigações em torno da transferência do atacante Neymar em maio de 2013.

    A informação foi dada no começo desta quinta-feira pelo jornal catalão "Mundo Deportivo" e confirmada no final da tarde desta quinta.

    Rosell apresentou sua renúncia à diretoria do clube e, em seguida, leu um comunicado publicamente explicando por que estava saindo do cargo.

    O dirigente renunciou após quatro anos na presidência do clube catalão –seu atual mandato terminaria em 2016.

    No anúncio, o dirigente fez questão de falar das conquistas do time em sua passagem, como o título mundial e da Liga dos Campeões. E fez questão de dizer que as denúncias e o processo que sofre na Justiça espanhola são injustas. "Tudo foi correto na transferência do Neymar", disse.

    Em sua edição de segunda-feira, o jornal madrilenho "El Mundo" afirmou, com base em documentos da Justiça espanhola a que teve acesso, que a transferência de Neymar para o Barcelona envolveu valores maiores que os anteriormente anunciados.

    Segundo o jornal, o atacante deixou o Santos pela quantia de 95 milhões de euros (aproximadamente R$ 300 milhões), o que resulta em uma omissão de 38 milhões de euros (aproximadamente R$ 120 milhões) em relação aos 57 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões) declarados inicialmente pelo clube catalão.

    Albert Olivé - 27.ago.13/Efe
    O presidente do Barcelona, Sandro Rosell, durante uma entrevista na Espanha
    O presidente do Barcelona, Sandro Rosell, durante uma entrevista na Espanha

    Durante a semana, o juiz Pablo Ruz, da Audiência Nacional da Espanha, acatou a denúncia apresentada por um sócio do Barcelona, Jordi Cases.

    Na manhã desta quinta-feira, Rosell convocou uma reunião de emergência com a diretoria do Barcelona para discutir as atitudes que serão tomadas diante das investigações da Justiça espanhola. A despeito da decisão final de Rosell sobre a renúncia, a diretoria do clube catalão manifestou desejo de que o mandatário mantenha-se no cargo.

    Um dos diretores do clube defendeu a necessidade de se tomar decisões com serenidade e salientou que a atual diretoria tem proximidade com Rosell e portanto, caso ele renuncie de fato, será preciso convocar novas eleições para a presidência.

    Caso se concretize, este não será o primeiro pedido de renúncia apresentado por Rosell, que em 2005 deixou seu cargo de vice-presidente de esportes do clube por divergências com Joan Laporta, presidente do Barcelona à época.

    Mas nem só de problemas com a contratação de Neymar vive Rosell. No Brasil, ele é acusado criminalmente por fraude no caso da empresa Ailanto Marketing, que recebeu R$ 9 milhões para organizar um amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008.

    Parte das despesas foi paga pela federação brasiliense. A hospedagem dos atletas tem a suspeita de ter sido superfaturada. E o dinheiro da bilheteria da partida organizada a pedido do governo, ficou com a federação.

    Em um notebook da sócia de Sandro Rosell, foram encontradas remessa de R$ 1 milhão para o exterior da Ailanto para a conta do cartola em Barcelona, além de cheques nominais e repasses de R$ 705 mil a Ricardo Teixeira.

    Após quase seis anos da partida, os processos continuam sem desfecho. A defesa de Rosell diz que os contratos são legais e que o jogo foi realizado e considerado um sucesso.

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