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    'Não sou um traidor', diz Rodman após viagem polêmica à Coreia do Norte

    DE SÃO PAULO

    31/01/2014 13h45

    Em sua primeira entrevista desde a entrada em uma clínica de reabilitação para tratar do alcoolismo, há duas semanas, o ex-astro da NBA Dennis Rodman disse que consome bebidas alcoólicas por estar entediado.

    À rede americana CNN, ele contou ter decidido se internar para "refletir e ficar em paz" consigo mesmo.

    No início de janeiro, Rodman foi o guia de outros ex-astros da NBA em visita à capital da Coreia do Norte, Pyongyang. Durante a viagem, que durou uma semana, ele organizou uma partida de basquete amistosa para comemorar o aniversário do líder norte-coreano Kim Jong-un, a quem chama de "amigo".

    Os jogadores foram criticados por viajarem a uma nação acusada de violar os direitos humanos e de manter um programa nuclear apesar dos esforços dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais para impedi-lo.

    "Quero que as pessoas entendam que eu não sou um traidor, nunca fui um traidor. Meu grande objetivo, agora, é fazer as pessoas felizes. Minhas intenções não são más", afirmou.

    Questionado pelo jornalista Chris Cuomo se ele havia se arrependido da viagem polêmica, Dennis Rodman negou e disse não ver o líder norte-coreano como um ditador.

    "Eu não o conheço como um ditador. O que sei é que ele tem 31 anos, e muitas vezes o chamo de 'garoto'. Ele é meu amigo, é assim que eu o vejo. Ele me deu a oportunidade de mostrar o basquete para a Coreia do Norte, para o mundo".

    "Eu não sou um embaixador, não sou um diplomata. Não fui lá para tratar de política, esse não é o meu trabalho."

    POLÊMICA

    Dennis Rodman causou polêmica nos Estados Unidos ao insinuar que o missionário coreano-americano Kenneth Bae é culpado por estar preso na Coreia do Norte. A declaração foi feita apesar de Rodman ter prometido não se envolver na política norte-coreana.

    "Se você entender o que Kenneth Bae fez... Você entende o que ele fez neste país? Por que está prisioneiro neste país?", disse Rodman numa entrevista cheia de palavrões à CNN, e recusando-se a explicar o sentido das suas declarações.

    Terri Chung, irmã do missionário, disse que a família está "ultrajada" com as declarações. "Ele está claramente desinformado sobre o caso de Kenneth, e certamente não em condições de fazer qualquer julgamento", disse Chung, acrescentando que seu irmão nunca teve intenções hostis contra Pyongyang.

    Bae, 45, foi preso em 2012 quando comandava um grupo de visitantes no norte do país asiático. Ele foi sentenciado a 15 anos de prisão, sob a acusação de estar usando as visitas turísticas como fachada para desestabilizar o regime.

    Dias depois, Rodman pediu desculpas pelas declarações e afirmou ter consumido bebida alcoólica antes da entrevista.

    "Eu bebi. Não é uma desculpa, mas quando a entrevista aconteceu eu estava com raiva".

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