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    Era um 'cenário de guerra', diz médico do Corinthians ferido durante invasão

    DE SÃO PAULO
    DO "AGORA"

    02/02/2014 01h52

    Os jogadores do Corinthians cogitaram não entrar em campo neste domingo contra a Ponte Preta, em Campinas, pelo Campeonato Paulista, depois que cerca de cem torcedores invadiram, no sábado de manhã, o centro de treinamento, ameaçaram e furtaram funcionários, obrigaram os atletas a se esconderem e impediram o treino.

    Os invasores, ligados às principais organizadas do clube, portavam paus e bambus, segundo Joaquim Grava, médico do clube que dá nome ao CT e passou mal –teve uma queda de pressão–, caiu e cortou o cotovelo. "Para mim, isso é arma", disse.

    De acordo com ele, os jogadores foram levados a uma sala e armários foram colocados contra as portas para impedir uma invasão. Os goleiros Walter, Júlio César e Danilo Fernandes, os únicos que estavam no gramado, saíram correndo para se refugiar. "Era um verdadeiro cenário de guerra", afirma Grava.

    Mauro Horita/Agif/Folhapress
    Torcedores do Corinthians invadem CT Joaquim Grava, no sábado
    Torcedores do Corinthians invadem CT Joaquim Grava, no sábado

    O objetivo era protestar contra as más atuações do time, em especial na derrota por 5 a 1 para o Santos na Vila Belmiro na quarta-feira.

    Segundo o clube, os invasores furtaram coletes, equipamentos de treino e três celulares, um deles do meia Ramirez. Uma recepcionista foi agarrada pelo pescoço.

    A PM foi ao local, mas não prendeu ninguém. Em nota, disse que usou o diálogo e que, "até o momento em que esteve no local, não havia informação por parte do clube a respeito de crimes".

    A PM suspeita que ao menos um dos invasores havia ficado preso em Oruro, na Bolívia, acusado da morte de um torcedor durante jogo da Libertadores no ano passado.

    Cinco torcedores foram recebidos pelo técnico Mano Menezes, que foi cobrado. Os principais alvos foram os atacantes Emerson e Pato.

    ASSUSTADOS

    O zagueiro Paulo André, um dos líderes do movimento de jogadores Bom Senso F. C., disse à direção que alguns atletas estavam muito assustados e não tinham condições de enfrentar a Ponte neste domingo.

    O clube divulgou nota na qual disse "lamentar e repudiar" o episódio e que os jogadores iriam atuar contra a Ponte.

    "Diante da truculenta invasão, o grupo momentaneamente não sentiu-se seguro para entrar em campo (...), mas quis saber antes quais seriam as possíveis punições e consequências ao clube".

    Além da perda de pontos, o que pesou foi que a "enorme maioria dos torcedores (...) e os patrocinadores poderiam ser severamente punidos". Um dos prejuízos seria na exposição de imagem, já que o jogo será transmitido por Globo e Bandeirantes.

    O zagueiro Edu Dracena, do Santos, um dos líderes do Bom Senso, disse à rádio Bandeirantes que jogadores de vários clubes discutiram não entrar em campo. "Daqui a pouco haverá mortes".

    O movimento ainda estuda paralisação nas próximas rodadas. A Gaviões da Fiel, maior uniformizada do clube, disse que falaria sobre o caso neste domingo.

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