Bruno Banani desperta simpatias em Sochi. Pela trajetória e nome atípicos.
Aos 26 anos, ele vai se tornar o primeiro atleta de Tonga a competir nos Jogos Olímpicos de Inverno.
Bruno Banini compete no luge, no qual desce deitado, com o peito para cima, em um trenó.
Tonga é um arquipélago com 100 mil habitantes no oceano Pacífico.
Banani nunca tinha visto neve até 2009, quando desceu pela primeira vez na temida pista de Altenberg, na Alemanha.
Mas o ex-jogador de rúgbi obteve alguns resultados importantes no circuito mundial, como o 28º lugar no Mundial de 2013.
Ele chegou ao luge como em um conto de fadas –ou melhor, de princesa.
Foi a princesa Salote Mafile'o Pilovelu Tuita, que após um encontro com Albert 2º, príncipe de Mônaco e ex-piloto de bobsled, na estação de Saint Moritz, decidiu criar a Federação de Luge de Tonga.
Salote Mafile'o Pilovelu Tuita organizou uma seletiva entre jogadores de rúgbi e encontrou Banani.
Ele será o primeiro participante de uma Olimpíada a ostentar o nome de uma empresa: uma marca alemã de roupa íntima.
Aconselhado por uma agência de comunicação, Fuahael Semi, nome que consta em sua certidão de nascimento, converteu-se em homônimo de seu patrocinador.
Descoberto pela imprensa alemã em 2012, o assunto teve bastante repercussão.
O atual presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, que comandava o comitê alemão, classificou o episódio de "ideia de marketing perversa".
Banini diz não entender a polêmica.
"Não acho que seja grave. A maioria das pessoas está acostumada com meu nome."
"Sonho com um lugar entre os 30 primeiros", afirma sorrindo Banini, filho de um produtor de cocos, que estreia no sábado.
De acordo com os técnicos da seleção alemã, que também treinam o tonganês, dizem que ele é um grande atleta.
Em 2010, o georgiano Nodar Kumaritashvili morreu após um acidente enquanto treinava na pista de luge dos Jogos Olímpicos de Vancouver.