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    Sem adesão de jogadores dos times do interior, greve fracassa

    MARCEL RIZZO
    DE SÃO PAULO

    07/02/2014 03h29

    A primeira tentativa real de realizar uma greve de jogadores no futebol vai fracassar.

    A rodada do fim de semana da Série A-1, a elite do Campeonato Paulista, começa hoje com Oeste x Ituano e deve ocorrer normalmente.

    Dois motivos melaram a iniciativa do sindicato dos jogadores profissionais de realizar a paralisação para exigir segurança aos atletas.

    O primeiro foi a mínima adesão dos jogadores dos times do interior. Os mais jovens temiam deixar de receber salário, caso a greve fosse considerada ilegal, ou até serem tachados de grevistas.

    O segundo motivo foi que o movimento Bom Senso F.C., criado em 2013 e que agrega jogadores de times da elite do futebol brasileiro, percebeu o fracasso iminente e acabou se descolando da iniciativa do sindicato.

    O Bom Senso não tem em sua pauta de reivindicações o tema segurança –o foco do grupo é melhoria no calendário do futebol brasileiro.

    A Folha apurou que os líderes do Bom Senso temiam que, se associados à greve que não acontecerá, poderiam ter dificuldade para executar a paralisação que desejam fazer na Série A do Campeonato Brasileiro neste ano.

    A possibilidade de apenas alguns jogos na rodada do Paulista não acontecerem, hipótese levantada pelo sindicato, foi por água abaixo quando os próprios jogadores do Corinthians mudaram de ideia com relação a não entrar em campo.

    Eles foram os pivôs da movimentação do sindicato após invasão do centro de treinamento por torcedores no sábado e tinham apoiado publicamente a greve.

    "Jogaremos contra o Mogi Mirim [no domingo]", disse o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, que teve uma conversa com Paulo André, seu zagueiro e um dos líderes do Bom Senso.

    REUNIÃO APAZIGUADORA

    Ontem à noite, Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, se reuniu com Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol.

    O encontro também teve a participação de Luiz Carlos Moro e de José Fernando Moro, advogados representantes do Sindibol, órgão que trata dos interesses dos clubes.

    "A sensação que eu tenho é de que não haverá [greve]", afirmou Luiz Carlos Moro, ontem, após a reunião.

    "O que os trabalhadores querem, que é segurança, os clubes também querem. Os clubes também são vítimas da violência", completa.

    No encontro, a FPF se comprometeu a pedir que os clubes e a Secretaria da Segurança Pública forneçam mais segurança aos atletas.

    Assim, foi esvaziada a pauta da greve, que propunha paralisação geral na rodada do final de semana.

    Moro afirmou ainda que a paralisação seria "abusiva", pois causaria danos não somente aos clubes e à FPF, mas também aos torcedores e aos parceiros comerciais do torneio e dos clubes.

    Hoje, às 13h, Martorelli e Paulo André, do Bom Senso, concederão uma entrevista coletiva para tratar do tema.

    Colaboraram BERNARDO ITRI, do Painel FC, e GUILHERME SETO, de São Paulo

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