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    Vampeta dá ingressos, mas caçula joga com estádio vazio em sessão da tarde

    LUIZ COSENZO
    DE SÃO PAULO

    20/02/2014 03h00

    Nem uma tarde com calor e ponto facultativo na cidade foram suficientes para tirar o Audax das últimas colocações do ranking dos piores públicos do Paulista.

    Nesta quarta-feira, 980 pessoas pagaram para ver o caçula do Estadual, que subiu este ano para a 1ª divisão, vencer o Bragantino por 1 a 0, no estádio José Liberatti, em Osasco, na Grande SP.

    No estádio, porém, havia mais espectadores. Entre diretores e parentes de jogadores, nove adolescentes foram agraciados com ingressos na porta do estádio. Todos receberam das mãos do presidente do Audax, Vampeta.

    "Eles estão sempre aqui acompanhando, assistindo aos treinos e os jogos do Audax e do Grêmio Osasco –disputa a Série A2–. Quando for possível, vou ajudar. O nosso ambiente é familiar", disse o pentacampeão mundial, que vai aproveitar a renda de R$ 9.085 para pagar o salário de um jogador.

    "Jogar em uma quarta-feira, às 15h e levar quase mil pessoas está muito bom", completou o dirigente.
    Como mandante, o melhor público do Audax até agora foi contra o Santos, no Pacaembu: 1.600, sendo que mais de 1.000 santistas.

    Além de herdar fãs do Grêmio Osasco, o Audax conta mesmo com a torcida do ex-gandula e hoje sorveteiro no estádio, Luis Cambalhota.

    "Se a campanha for boa, vendo mais. Hoje, foram 500", disse o sorveteiro com o lucro de R$ 100 em mãos.

    O AUDAX

    Badalado por apresentar um estilo de troca de passes curtos, e com jogadores rodando por várias posições, o Audax, que pertencia ao Grupo Pão de Açúcar, está situado na cidade desde o final do ano passado, quando foi adquirido pelo grupo que administra o Grêmio Osasco, justamente no ano em que conseguiu o acesso para a elite do futebol paulista.

    "Gosto desse estilo de jogo da equipe. É um time que joga diferente, que toca a bola. A maioria dos times da primeira divisão só dá chutão. Como o Grêmio Osasco fracassou na Série A2 em 2013, virei torcedor agora do Audax", disse o microempresário Leandro Fontes, 34, que foi ao campo acompanhado de cinco amigos.

    "Abandonei o Grêmio Osasco. Fiquei revoltado com a oportunidade que perdemos no ano passado. Gosto de futebol e esse toque de bola do Audax me impressiona. Temos tudo para conseguir a classificação", disse Carlos Nascimento 50, que está desempregado.

    Lucas Brando, 19, é um dos torcedores símbolos do clube. Ele passou a torcer pelo time após ser reprovado em uma peneira do Pão de Açúcar, primeiro nome do Audax.

    "Torcia para o Juventus, mas comecei a ver coisas erradas e resolvi torcer para o Audax. Tenho alguns amigos que passaram pela peneira e estão no clube até hoje", disse Brando, que reprovou a venda do time para o grupo que administra o Grêmio Osasco.

    "Tenho medo que a diretoria do Grêmio Osasco tira o Audax do nome no próximo ano. O Grêmio Osasco era nosso maior rival nas divisões inferiores. É a mesma coisa que o Palmeiras comprar o Corinthians".

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