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    Em dez rodadas, Paulista tem pior média de gols em 22 anos

    MARINA GALEANO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    26/02/2014 03h30

    Apesar de o Paulista reunir atacantes como Luis Fabiano e Leandro Damião, que já vestiram a camisa 9 da seleção brasileira, a média de gols do campeonato decepciona.

    Com 2,51 gol por partida em dez rodadas (cem jogos disputados e 251 gols feitos), o Paulista desta temporada tem a pior marca em 22 anos.

    Segundo o Datafolha, a estatística é superior apenas à da edição de 1992, que teve média de 1,91 gol por jogo em dez rodadas –foram 134 gols em 70 partidas disputadas.

    Na opinião ex-jogadores e técnicos consultados pela Folha, o motivo é a falta de qualidade técnica no Brasil.

    "Pode se dizer que o nível está tão baixo quanto os do sistema Cantareira", brincou o técnico Emerson Leão, em referência ao nível de água das represas da Grande SP.

    "Os times jogam para não perder. Depois pensam se é possível ganhar", disse Leão, que de 1992 até hoje teve três passagens pelo Santos, duas pelo São Paulo e uma por Corinthians e Palmeiras.

    Ele foi campeão pelo São Paulo em 2005, com o melhor ataque (49 gols) e da maior goleada (6 a 0 no Marília).

    Candinho, que teve passagem marcante como técnico da Portuguesa nos anos 1990, também avaliou dessa forma.

    "Com exceção de Neymar, não revelamos atacantes talentosos. Vivemos mau momento no país. Por isso até os clássicos têm poucos gols."

    Já Evair, artilheiro em 1994 com 23 gols pelo Palmeiras, aponta pressa dos clubes na tentativa de revelar talentos.

    "Hoje, queimam etapas. O atleta é promovido sem ter tempo de se aperfeiçoar. Garotos de 16 ou 17 anos não têm capacidade técnica e psicológica para decidir os jogos."

    MAIS EQUILÍBRIO

    A avaliação não ecoa em Mano Menezes, ex-técnico da seleção brasileira e atual comandante do Corinthians, atual campeão do Estadual. Para ele, as equipes menores estão mais competitivas.

    "Antes, a diferença se estabelecia com placares mais elásticos. Hoje, pela preparação antecipada dessas equipes, há equilíbrio", disse.

    Editoria de arte/Folhapress

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