Entre tantas bandeiras estendidas pelos jogadores do Bayern de Munique na comemoração pela conquista da Liga dos Campeões da Europa, em maio do ano passado, uma chamava a atenção.

Xherdan Shaqiri, 21, carregava nas costas um estandarte dividido. De um lado, o vermelho com uma cruz branca no centro da Suíça. Do outro, o azul com um mapa amarelo e estrelas brancas característico de Kosovo.

Por enquanto, o meia veste vermelho. Shaqiri é um dos principais nomes do time suíço que jogará a Copa no Brasil.

Mas sua camisa pode estar prestes a mudar de cor.

	Armend Nimani - 4.mar.2014/AFP
	Jogadores da seleção de Kosovo treinam para duelo contra o Haiti

Kosovo recebeu aval da Fifa em janeiro para começar a disputar amistosos contra outras seleções filiadas à entidade. A ação é considerada um primeiro passo rumo ao reconhecimento de sua federação como um órgão separado da associação da Sérvia.

A estreia está marcada para esta quarta-feira: um amistoso em Mitrovica contra o Haiti.

O plano kosovar é se tornar um filiado da Fifa a tempo de disputar as eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.

"Ainda há muitos problemas para pensarmos até o Mundial na Rússia. Há questões pendentes com a Uefa que ainda precisaremos resolver", diz o presidente da federação local, Fadil Vokrri.

O processo para que Kosovo seja aceito pela Fifa passa pela aprovação anterior de sua federação como filiada da entidade europeia. No entanto, o presidente da Uefa, Michel Platini, tem se posicionado contra a inclusão do país devido a acordos políticos costurados com a Sérvia.

Ex-província da Iugoslávia, Kosovo declarou independência em 2008. O país é reconhecido pelos EUA, mas não pela Sérvia. Rússia, Espanha e Brasil também não o aceitam.

Só a Suíça deve levar ao Mundial três atletas de Kosovo. A Albânia tem mais de meia seleção com origem kosovar. Se Kosovo for reconhecida como seleção, eles poderão decidir qual país defender.