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    Com só uma piscina olímpica, Suriname ganha medalhas no Chile

    PAULO ROBERTO CONDE
    ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO

    12/03/2014 12h05

    Das piscinas vieram as três medalhas de bronze que rendem ao Suriname o honroso posto de primeiro entre os últimos nos Jogos Sul-Americanos de Santiago, no Chile.

    O pequeno país, que fica ao norte do continente, ocupa a última posição entre as nações que já tiveram atletas nos pódios do evento. E por ali deve permanecer até o fim dele.

    Mas o fato de ter obtido conquistas vale muito para o Suriname. O país tem só duas medalhas olímpicas obtidas na história. Uma delas foi a maior zebra dos Jogos.

    Em Seul-1988, Anthony Nesty venceu os 100 m borboleta ao superar o favoritíssimo norte-americano Matt Biondi.

    Quatro anos mais tarde, em Barcelona-1992, ficaria com o bronze na mesma distância.

    Sebastian Silva - 10.mar.2013/Efe
    Pigot Chinyere (dir.) segura a medalha de bronze ao lado das brasileiras Graciele Herrman (centro) e Alessandra Harrison
    Pigot (dir.) segura a medalha de bronze ao lado das brasileiras Graciele (centro) e Alessandra

    Foi justamente Nesty quem inspirou Renzo Tjon-A-Joe e Chinyere Pigot a começarem na natação. "Somos meio que uma 'geração Nesty', mas o país não aproveitou para evoluir esportivamente depois dos feitos dele", disse Pigot, 20, bronze nos 50 m e 100 m livre.

    A nação tem 27 representantes nos Jogos do Chile.

    Pigot contou à Folha que o país tem quatro piscinas.

    Delas, só uma, que fica na capital Paramaribo, é "olímpica", ou seja, tem 50 m. Todas as demais têm 25 m. "Mas a olímpica possui somente seis raias e não pode receber competições internacionais", afirmou.

    O jeito foi sair do país.

    Todos os cinco integrantes da delegação da natação nos Jogos Sul-Americanos vivem nos EUA. Pigot, por exemplo, mora em Connecticut.

    Wayne Denswil, 17, completou o ginásio e está a caminho da universidade de Tampa, na Flórida. Ele mora nos EUA desde 2010 e ingressou na natação por causa de Nesty -que foi técnico do time de natação surinamês em Londres-2012.

    "Penso em ir ao Rio em 2016, mas priorizo os estudos, porque ter um futuro esportivo pelo Suriname é muito difícil", contou.

    Na opinião dele, quem está mais perto de ir à Olimpíada carioca é Renzo Tjon-A-Joe, 18, que em Santiago levou o bronze nos 50 m livre masculino.

    "Renzo foi ao Mundial júnior do ano passado e tem boas marcas", completou Denswil.

    FUTEBOL

    Não é de amplo conhecimento público, mas grandes jogadores do futebol mundial são nascidos no Suriname.

    Os holandeses Seedorf, Davids, Winter e Hasselbank são todos nascidos no país. Depois, se naturalizaram.

    "Teríamos um bom time se todos ficassem em Paramaribo", analisou Denswil.

    "O futebol é de longe o esporte mais popular. A natação ocupa um espaço pequeno na mídia e no coração das pessoas", afirmou Pigot.

    O repórter PAULO ROBERTO CONDE viaja a convite do Comitê Olímpico Brasileiro

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