Após renunciar ao cargo de presidente licenciado da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) nesta sexta-feira, Ary Graça Filho afirmou que são inverídicas as informações veiculadas pela emissora ESPN nas últimas semanas.
As denúncias apontam que duas empresas teriam recebido R$ 10 milhões cada uma em comissões para intermediação de contratos de patrocínios da entidade que rege a modalidade.
Em nota divulgada nesta tarde, o dirigente disse que a CBV nunca pagou comissionamentos pelo contrato. Acrescentou que sua renúncia estava prevista desde dezembro de 2013 e que, portanto, não estaria relacionada à série de denúncias envolvendo sua gestão no vôlei brasileiro.
"A CBV jamais pagou qualquer remuneração a título de intermediação ou comissionamento pelo contrato com o Banco do Brasil. As empresas citadas participaram da negociação pelo lado da CBV e foram responsáveis pela grande elevação de patamar do patrocínio. Os valores que vêm sendo citados são inverídicos, o que pode ser comprovado no sistema contábil da CBV. O valor fica entre 3% e 4% do total do contrato, distribuídos entre todas as empresas envolvidas", diz parte do texto.
Bartlomiej Zborowski - 27.jan.2014/Efe | ||
Ary Graça Filho durante conferência em Varsóvia, na Polônia |
Mesmo depois da renúncia, o dirigente, porém, continua como presidente da FIVB (Federação Internacional de Voleibol), entidade que comanda desde 2012, quando venceu eleição e sucedeu o chinês Jizhonmg Wei.
Confira a nota oficial na íntegra:
Ary S. Graça F°, Presidente da Federação Internacional de Voleibol - FIVB, vem prestar esclarecimentos sobre notícias publicadas recentemente na mídia brasileira referentes ao período em que esteve à frente da Confederação Brasileira de Voleibol - CBV.
- Durante a sua gestão, a CBV jamais pagou qualquer remuneração a título de intermediação ou comissionamento pelo contrato com o Banco do Brasil. As empresas citadas participaram da negociação pelo lado da CBV e foram responsáveis pela grande elevação de patamar do patrocínio. Os valores que vêm sendo citados são inverídicos, o que pode ser comprovado no sistema contábil da CBV. O valor fica entre 3% e 4% do total do contrato, distribuídos entre todas as empresas envolvidas.
- O balanço da CBV de 2012 foi auditado e aprovado pela Ernest & Young e todos os contratos mencionados foram contabilizados de forma transparente neste período.
- Está correta a informação de que o contrato entre a CBV e o Banco do Brasil foi negociado diretamente entre as partes. Mas é preciso esclarecer que os valores pagos se referem a dois anos de extensas negociações entre a Confederação e o Banco do Brasil para a renovação do contrato até 2017. Trata-se do maior contrato de sua história, excelente para ambas as partes e que viabiliza a continuação do crescimento e sucesso do voleibol brasileiro.
- Como em todos os contratos de vulto, este também requereu uma negociação complexa, com grande prospecção pela CBV no mercado de marketing esportivo brasileiro, contatos com diversos outros patrocinadores e muitas outras negociações conduzidas até que se chegasse ao resultado.
- As informações que vêm sendo divulgadas causam dano irreparável à imagem do voleibol brasileiro, que tem reconhecidamente uma gestão vencedora dentro e fora das quadras. Mais ainda, denigrem sobremaneira e atingem diretamente excelentes profissionais, sérios e competentes.
- A gestão de Ary Graça, que em sua vida profissional atuou em cargos de lideranças em grandes empresas brasileiras, fez com que ele implementasse na CBV, desde o início, uma agressiva política de bonificação em todos os níveis, dentro e fora das quadras. Apenas como exemplo, os atletas das seleções brasileiras receberam nos últimos anos mais de R$ 118 milhões de direitos de imagem e premiações por seu desempenho dentro as quadras.
- Funcionários de todos os níveis da instituição receberam bonificação semestral conforme seu desempenho, chegando a receber 17 (dezessete) salários anuais pelos excelentes trabalhos realizados.
- Cabe esclarecer também que Ary Graça, que já se encontrava licenciado, entregou sua carta de renúncia definitiva em 20/12/2013 ao Presidente Walter Pitombo Laranjeiras e que a mesma somente foi ratificada hoje na Assembleia Geral Ordinária da CBV.