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    Família de meia do Fla de 12 anos diz que sofre assédio de clubes europeus

    ELIANO JORGE
    DE SÃO PAULO

    03/04/2014 03h08

    Publicado na internet em 2012, um vídeo com dribles, arrancadas e gols de uma criança de 10 anos motivou convites de times estrangeiros.

    "O assédio é muito grande até hoje. São vários clubes da Itália, da Inglaterra e da Espanha, inclusive com interesse de levar a família. A gente ficou louco. Eu me assustei para caramba", disse o representante comercial Francisco Jesus, pai do protagonista dos lances, Cassiano Bouzon Jesus, que fará 13 anos em maio.

    Em dezembro de 2012, o menino baiano aceitou o chamado para testes na Catalunha. Foi aprovado e recebeu proposta de pessoas ligadas ao Barcelona, como o agente Josep Maria Minguella, que levou os argentinos Maradona e Messi para o clube.

    Jesus contou que lhe sugeriram assinar uma tutela para uma família espanhola cuidar do Cassiano, que teria um visto escolar.

    Esse drible na legislação da Fifa –que restringe transferências internacionais de menores de 18 anos– não é necessariamente o mesmo artifício que causou punição ao Barcelona nesta quarta-feira.

    A entidade mundial permite transferência internacional de menor de idade em somente três circunstâncias: se ele estiver acompanhando os pais na emigração, e não o inverso; caso o atleta tenha mais de 16 anos e os dois países pertençam à União Europeia; se a casa do jogador em outro país estiver a no máximo 50 km da fronteira e o clube também.

    Cassiano permaneceria para um período de adaptação no Cornellà, equipe conterrânea e parceira do Barça.

    "Não quis deixar meu filho sozinho lá", afirmou Jesus. "Não ouvi essa proposta de diretores do Barcelona, não tive acesso a eles. Depois mandaram um e-mail, explicaram direitinho, disseram que vão acompanhar Cassiano, que ainda não era mesmo a hora de ele ficar e as portas continuam abertas", acrescentou.

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    Revelado no Vitória, o meia canhoto flertou com Grêmio e Fluminense, mas agora defende o Flamengo.

    Seus pais e sua irmã também trocaram Salvador pelo Rio de Janeiro no ano passado. E souberam que é cogitada uma oferta para uma futura mudança a Barcelona, caso o garoto vá se confirmando como uma promessa de craque.

    "Ele está evoluindo, está muito feliz. Mas, se der certo como jogador, pode ser em outro lugar também. E no Barcelona ele não vai ganhar esse salário todo [que imaginam]", argumentou Francisco Jesus, que atuou no futebol amador.

    Primeiro a notar a habilidade de Cassiano, ele evita pressioná-lo, e minimiza a expectativa em torno do menino.

    "Alguns pais [de jogadores jovens] acham que é uma loteria. Acredito muito no talento do meu filho, mas é muito cedo. Ele pode acordar amanhã e dizer que não quer mais jogar futebol", avaliou.

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