A sétima posição de Felipe Massa e o oitavo lugar de Valtteri Bottas no GP do Bahrein, deste domingo, não fizeram jus ao potencial do carro da Williams no final de semana em Sakhir.
Não tivessem sido prejudicados pela entrada do "safety car" no final da prova vencida por Lewis Hamilton, com Nico Rosberg em segundo e Sergio Perez em terceiro, os pilotos da Williams poderiam ter lutado pelo pódio na terceira etapa do Mundial de F-1.
E foi justamente este potencial que fez com que Rob Smedley, engenheiro de Massa na Ferrari por sete anos, trocasse a equipe italiana para ser chefe dos engenheiros na nova equipe do piloto brasileiro.
"Vou ser sincero, vim para a Williams pelo dinheiro", brincou Smedley no paddock barenita. "Brincadeiras à parte, como engenheiro, trabalhar para um time como a Williams é um sonho. Cheguei num ponto na Ferrari que não tinha mais como evoluir e vi todo o potencial que a Williams tem", afirmou.
Smedley disse que teve as primeiras conversas com o time no ano passado e ficou interessado nas mudanças que Claire Williams, chefe da equipe, e Mike O'Driscoll, diretor da Williams, queriam fazer para que a escuderia inglesa volte a lutar por vitórias e campeonatos.
"Duas coisas me convenceram a deixar a Ferrari. O entusiasmo da Claire e do Mike ao falar do projeto e o fato de poder trabalhar com Pat [Symonds, ex-Renault]. Poucas pessoas na F-1 hoje em dia têm o conhecimento que ele tem do esporte e poder estar ao lado dele e aprender alguma coisa todos os dias é o que me fez tomar esta decisão", completou o engenheiro inglês, que ficou famoso por suas frases de incentivo a Massa nos tempos de Ferrari, assim como pela ordem para que o brasileiro cedesse sua vitória a Fernando Alonso na Alemanha em 2010.
"Pelo que vimos da Williams nestas primeiras corridas é evidente que o time está crescendo e quero fazer parte desta mudança."
Se já conhecia há muito tempo Massa, Smedley, que começou a trabalhar na Williams neste final de semana após cumprir quatro meses de "resguardo" em um acordo com a Ferrari, só agora pôde ter contato com Bottas.
E, apesar do pouco tempo ao lado do finlandês, disse que ele tem muito potencial.
"Valtteri é 'o cara'. Não temo em dizer que, como entusiasta pelo esporte, sempre acompanhei de perto os pilotos e sempre vi que ele tinha potencial. Ele chegou na F-1 no ano passado e acabou com seu companheiro [Pastor Maldonado]. Fazer isso sendo tão jovem e com tão pouca experiência é algo impressionante", afirmou Smedley.
"Mas o que pude perceber nestes primeiros dias de contato com Valtteri é que além de tudo ele muito maduro, calmo e preciso. Ele sabe como fazer seu grupo de engenheiros trabalhar para ele e vai ser um grande piloto, não há dúvida."
