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    Rio de Janeiro

    Contra atraso e 'paralisia política', COI intervém nos Jogos Olímpicos do Rio

    DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
    DE SÃO PAULO

    10/04/2014 12h18

    Após uma série de críticas de federações internacionais ao andamento das obras para o Jogos Olímpicos do Rio em 2016, o COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou nesta quinta-feira uma intervenção nos trabalhos de preparação do evento.

    Entre as medidas estão a nomeação de um interventor para monitorar as ações do comitê organizador local, o diretor executivo de Jogos Olímpicos do COI, Gilbert Felli, que irá ao Rio antes do previsto para lidar com os atrasos nas obras e a "paralisia política" que afeta, na visão da entidade, o andamento da preparação e ameaça a realização da competição.

    Outra medida é a criação de uma consultoria especial para tomar decisões de "alto nível", segundo o COI, que envolvam tanto o comitê organizador dos Jogos quanto as três esferas de governo (municipal, estadual e federal).

    As medidas foram anunciadas em Belek, na Turquia, pelo presidente do COI, o alemão Thomas Bach. Dirigentes de 28 federações esportivas olímpicas estão reunidas na cidade turca participando de um evento.

    Nos últimos dias, diretores de 27 delas –a exceção foi a de vôlei– criticaram o andamento da preparação, manifestaram preocupação com o futuro dos Jogos no Rio e questionaram a existência de um "plano B" caso as instalações não fiquem prontas a tempo.

    Segundo Bach, a entidade enviará os seus próprios profissionais para trabalhar nos projetos da Olimpíada no Rio e fará visitas com mais frequência ao Brasil para acompanhar as obras.

    "Solicitamos aos nossos parceiros no Brasil a criação de uma consultoria para decisões de alto nível. Também se formará grupos de trabalho em distintas áreas, que serão nomeados nas próximas semanas", disse Bach. "Contrataremos ainda um gerente local de projetos, com experiência em construções, para monitorar dia a dia o progresso feito nas distintas sedes e infraestruturas", afirmou.

    A medida foi anunciada por Bach um dia depois de ele ter dito que compartilhava as preocupações manifestadas pelas federações internacionais e que "era hora de agir".

    Em entrevista publicada pela Folha nesta quinta-feira, o diretor-geral do comitê organizador da Rio-2016, Sidney Levy, afirmou que "as críticas fazem parte do jogo", que as obras estão dentro do cronograma e que, se fosse atender a todas as federações, levaria o comitê à falência.

    Na quarta-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), também disse que as obras estão dentro do prazo e manifestou preocupação apenas com o complexo de Deodoro, onde serão disputadas oito modalidades. "A preocupação sobre Deodoro é minha, não precisa presidente de federação nenhuma me alertar", disse.

    No final do mês passado, a principal executiva envolvida na preparação dos Jogos de 2016, Maria Silvia Bastos Marques, deixou o cargo. Chamada de "prefeita das Olimpíadas", ela estava à frente dos trabalhos desde a escolha do Rio como sede. "O importante sou eu. É o prefeito quem assina o compromisso", disse Paes na quarta-feira ao comentar a saída dela.

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