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    Rio de Janeiro

    Análise: A falta de transparência persiste no projeto olímpico

    EDGARD ALVES
    COLUNISTA DA FOLHA

    11/04/2014 03h53

    "Pressão no canteiro de obras." "Faltando cerca de dois anos e meio para a abertura da Olimpíada, o comitê Rio-2016 entra na mira do COI." Esses foram título e subtítulo da minha coluna em 18 de março passado, publicada no site da Folha.

    Um tiro na mosca.

    E prossegui alertando que seria quase impossível os organizadores dos Jogos do Rio escaparem de um puxão de orelha na visita da comissão do Comitê Olímpico Internacional, nos dias seguintes, para inspecionar obras e cumprimento de prazos.

    Era a primeira vez que eles iriam até os canteiros para ver tudo de perto. Ao final da visita às instalações, os dirigentes fizeram declarações polidas, lembraram que o tempo estava mais curto.

    Deixaram claro, porém, que a reunião que deveria ocorrer a seguir entre comitê organizador e governos seria a hora da verdade, a chave que deveria abrir o cadeado que bloqueava o pleno desenvolvimento dos preparativos para os Jogos.

    Em outras palavras, faltava o essencial: a definição da matriz de responsabilidade, que define quais e como seriam as obras olímpicas (da área esportiva e de infraestrutura) e, mais importante, quem vai pagar cada uma delas. A maior bolada, sem dúvida, deve sair dos cofres públicos, ou seja, do bolso do contribuinte.

    Ocorre que a Brasília adiou mais de uma vez o encontro que daria um valor estimado do orçamento dos Jogos Olímpicos, quanto de fato o evento vai custar.

    O governo federal parece apontar na direção da Casa Civil, do ministro Aloizio Mercadante (PT), para pilotar o projeto olímpico.

    Assim Aldo Rebelo (PC do B), do Ministério do Esporte, que abdicou de outros projetos pessoais para seguir na pasta, pode ficar com pouco trabalho após a Copa do Mundo, que terminará em julho.

    Na última terça-feira, finalmente, as três áreas de governo –federal, estadual e municipal– e o comitê Rio 2016 se reuniram.

    Entretanto, exceto para a cúpula do COI, nada foi divulgado publicamente sobre as decisões do encontro.

    A falta de transparência persiste. E com ela surgem mais dúvidas e, pior, as especulações, que estão apenas no começo, um pouco abafadas pelo noticiário da Copa do Mundo.

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