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    Vice jurídico da Lusa diz que Ilídio Lico se 'expressou mal'

    DE SÃO PAULO

    11/04/2014 20h41

    Minutos após o presidente da Portuguesa, Ilídio Lico, ter admitido que o clube não vai continuar a ação na Justiça para se manter na Série A, o vice-presidente jurídico do clube, Orlando Cordeiro, tentou contornar a situação ao dizer que Lico "se expressou mal".

    "Conversei com ele. O que quis dizer foi outra coisa. Ele não soube se expressar", afirmou o advogado à Folha.

    Na última quinta-feira, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) conseguiu duas decisões judiciais favoráveis, complicando a possibilidade de o clube do Canindé deixar a Série B pelos tribunais.

    "Temos a chance de entrar com recurso, mas é bem complicado. Sabemos disso. A possibilidade é bem pequena. Para mim, parou", disse o presidente.

    A Portuguesa tenta reverter a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) de tirar quatro pontos da Lusa pela escalação irregular de Héverton na última rodada do Brasileiro, do ano passado, contra o Grêmio. A punição fez a equipe ser rebaixada.

    "A ação vai continuar. Vamos tentar até o fim", afirma Cordeiro, desde o início o maior defensor de que a Portuguesa deveria entrar na Justiça Comum.

    A CBF cancelou os efeitos da liminar obtida pelo clube paulista até que o mérito seja julgado. O que, na prática, segundo o próprio advogado da Portuguesa, Daniel Neves, é a mesma coisa que cassá-la. Também obteve uma vitória no STJ (Superior Tribunal de Justiça). A entidade determinou que qualquer decisão sobre o caso deve ser tomada pela 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, cidade onde está a sede da Confederação.

    "Claro que o ideal é conseguir entrar na Série A antes do início do Brasileiro (marcado para o próximo dia 19), mas a ação continua mesmo com o campeonato em andamento. É mais difícil entrar com a competição já iniciada, mas não impossível", afirma Neves.

    Ele afirma não ter sido informado a respeito de qualquer desistência de Lico a respeito do processo.

    "Eu sou o apenas o advogado. Ele (Lico), como presidente do clube, é a parte. Se ele desistir, não há nada que eu possa fazer", completa.

    Neves não contém o suspiro quando questionado se ficaria surpreso com a desistência da Lusa.

    "Depois de tudo o que aconteceu, teria de ser um fato extraordinário para me surpreender. Acho que não tenho mais essa capacidade", garante.

    Nos bastidores, o clube do Canindé vive uma disputa. A vontade de Ilídio Lico é desistir de brigar na Justiça e jogar na Série B. Assim, conseguiria adiantar receitas e pagar dívidas do clube, que não tem recursos para pagar as contas mais básicas. A viagem a Mossoró, onde enfrentou o Potiguar pela Copa do Brasil, só foi possível porque um dos diretores pagou do próprio bolso a alimentação dos atletas.

    Mas todas as vezes que anunciou a intenção de largar a luta, foi pressionado por diretores, conselheiros e torcedores. Chegou a enfrentar uma renúncia de ameaça coletiva da diretoria. Teme as consequências que isso terá na torcida. "Os torcedores da Portuguesa são muito radicais", alertou ele à Folha há duas semanas.

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