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    Aidar vê futebol do São Paulo 'viciado' e promete reestruturação

    BERNARDO ITRI
    DO PAINEL FC
    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    15/04/2014 03h10

    Responsável pela chegada de Juvenal Juvêncio ao São Paulo nos anos 1980, o advogado Carlos Miguel Aidar, 67, teve a gentileza retribuída em 2013 ao ser escolhido o candidato da chapa da situação à presidência do clube.

    Aidar foi o mandatário entre 1984 e 1988, quando nomeou Juvenal para ser o diretor de futebol. Depois apoiou a primeira candidatura do amigo, que presidiu o clube tricolor de 1988 a 1990.

    Hoje, concorre no pleito para retomar o cargo após oito anos consecutivos de Juvenal. Admite assumir o São Paulo em uma situação favorável, mas crítica pontos da gestão do antecessor e se preocupa em como fará para arrecadar dinheiro.

    *

    Folha - Qual é sua chance de ser eleito para a presidência após a eleição do conselho?
    Carlos Miguel Aidar - É prepotência da minha parte falar que tenho 100% de chance?

    Qual sua avaliação sobre os oito anos da gestão Juvenal?
    Ainda não sou o presidente. Sou o candidato. Então, o foco é ganhar a eleição. Tem muita coisa que eu sei porque me falam, mas não sei se o que me falam é tudo. Preciso de um diagnóstico do clube.

    Quais são suas propostas?
    O que priorizo neste momento é o modelo de gestão. Vou me reunir nos dias 14, 15 e 16 com a Fundação Getulio Vargas, o Instituto Aquila e a Gradus, empresas que já fizeram projetos para grandes corporações. Quero um diagnóstico e uma proposta de gestão. Depois vou contratar uma das três. Dessa forma pretendo montar meu plano de administração. O clube vai mudar muito. A administração será mais participativa.

    E para o futebol?
    É uma estrutura envelhecida. Aconteceu uma acomodação natural. Talvez o empenho não seja o mesmo. Já se acostumou com crises. Precisa mudar. O jeito do Juvenal governar é bem diferente do jeito que governarei. O Juvenal passava por cima do vice de futebol, do diretor e ia direto ao problema. Minha ideia é que o diretor que for nomeado faça isso, dando satisfação ao presidente.

    Quais os planos para Cotia?
    Haverá um diagnóstico. A ideia é transformar Cotia numa unidade rentável explorando comercialmente. Que adianta investir no menino do sub-13 até chegar ao sub-20 e depois ele não ter lugar no time? Oito anos investindo, aí ele se forma, mas não tem emprego para ele no São Paulo e vai jogar em outro clube. Não pode ser assim. Você não pode investir oito anos e depois mandar embora. Ou você foi burro, ou você foi incompetente. O problema é planejamento. Há muito improviso no futebol. No São Paulo tem demais. O Santos, de 2002 para cá, disputou seis finais. Quanto gasta na base. Não deve dar um terço do que gasta o São Paulo. Vai ver os alojamentos do Santos na base e veja os alojamentos de Cotia. E mesmo assim o Santos dá mais resultado. Por quê? Não sei. Vou descobrir.

    Terá recursos para fazer isso?
    É preciso ter criatividade. Pretendo ter um sujeito de finanças que seja criativo para gerir recursos. Buscar empresários bem-sucedidos, que fizeram bons negócios com o que eles tinham em mãos. Exemplo: você pega a operação de cobertura do estádio e, ao invés de dar 20 anos de exploração, você oferece 25 anos de exploração e o administrado antecipa uma receita de R$ 100 milhões, por exemplo. Com essa quantia daria para comprar cinco jogadores. Isso seria uma alternativa, uma ideia incipiente.

    Mas o torcedor pode esperar por um título ainda em 2014?
    A ideia é essa. Acho que o que vai ajudar muito será a paralisação para a Copa do Mundo. Será possível o time se reestruturar.

    Quais são suas prioridades?
    O diagnóstico que quero irá apontar as pessoas que têm de ficar, as que precisam ser substituídas e dispensadas. Há possibilidade de o quadro estar inchado. A hora que eu tiver isso equacionado, vou respirar mais aliviado. Não terei de ficar olhando a parte administrativa, pois vou ter um diretor responsável em cada setor do clube.

    Como irá se relacionar com as torcidas organizadas?
    Eu vou ter alguém para cuidar disso. A torcida é absolutamente fundamental. Não podemos desprezar e destratar o torcedor. Até que ponto ele será meu parceiro, meu cumplice, meu apoiador, não sei. Tenho de medir isso. Talvez criar um acesso ao futebol diferenciado, talvez incrementar o sócio-torcedor.

    Karime Xavier/Folhapress
    Carlos Miguel Aidar, candidato da situação à presidência São Paulo
    Carlos Miguel Aidar, candidato da situação à presidência São Paulo
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