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    Aidar vai priorizar cobertura do Morumbi para não deixar clube atrás de rivais

    RAFAEL VALENTE
    DE SÃO PAULO

    17/04/2014 12h05

    Uma das prioridades da gestão Carlos Miguel Aidar, 67, que inicia nesta quinta-feira seu mandato de três anos no São Paulo, tem relação direta com o futebol.

    Trata-se do projeto de modernização do Morumbi, orçado em R$ 460 milhões e que consiste na cobertura do estádio, uma mini arena de 28 mil lugares e dois prédios de estacionamento.

    O problema é que para aprovar uma obra desse tamanho Aidar precisa de quórum de 75% no conselho deliberativo. Hoje, isso significa a presença de 175 dos 234 conselheiros.

    Nas duas tentativas anteriores de votação não houve sucesso. Em 16 de dezembro, a oposição boicotou a votação. O mesmo ocorreu na última quarta, dia da eleição presidencial de Aidar, quando até o candidato da oposição, Kalil Rocha Abdalla, 72, desistiu do pleito à presidência.

    Para aprovar o projeto, Aidar afirmou que já trabalha com três alternativas.

    A primeira é alterar exigência de quórum de 75% que o estatuto do clube impõe para maioria simples (ou seja, 50% do conselho mais um). A medida já havia sido pensada por Juvenal Juvêncio, antecessor de Aidar, conforme antecipado pela Folha ), mas não avançou por causa da agenda política.

    "Nós podemos tentar uma reforma estatutária. Transformarmos o quórum de 75% em maioria simples. Mas será que teremos que mostrar para aqueles que não querem o bem do São Paulo que precisamos fazer isso pelo bem do São Paulo?", disse o cartola, ainda incerto sobre essa alternativa.

    A segunda possibilidade é buscar uma fiança bancária, assim evitaria que o São Paulo concedesse o direito de exploração da mini arena e do estacionamento a uma outra empresa. Hoje, a proposta é oferecer dez anos, como possibilidade de renovação por mais dez, para executar a obra.

    "O custo é muito elevado. É uma garantia real, mas teríamos de estudar os custos", disse o cartola.

    A terceira alternativa é oferecer 25 anos de exploração da obra. Assim, prevê até um ganho financeiro para reforçar o time.

    Reprodução/Rubens Chiri/saopaulofc.net
    Carlos Miguel Aidar discursa após ser eleito presidente do São Paulo
    Carlos Miguel Aidar discursa após ser eleito presidente do São Paulo

    "Podemos negociar 15 anos de exploração com possibilidade de renovação por mais dez anos. Em troca dos cinco anos adicionais que essa proposta contempla, vamos tentar captar um recurso financeiro, algo da ordem de R$ 200 milhões, isso pagaria as garantias financeiras que vamos dar e ainda teríamos dinheiro para reforçar o time de futebol", explicou Aidar.

    A oposição foi contra a votação da obra junto com o pleito presidencial, na quarta, alegando ser uma medida oportunista para aproveitar o quórum. Além disso, aponta que o contrato sobre a exploração da obra não foi suficientemente esclarecido aos conselheiros.

    A polêmica em torno da obra cobertura do estádio já fez até a construtora Andrade Gutierrez, responsável pelo projeto, desistir de executá-lo, no final de janeiro. Isso significa que, se a obra for aprovada, o clube terá de negociar com outra construtora.

    Para Aidar, resolver essa questão é prioritária porque o São Paulo ficará atrás dos rivais em um futuro breve. Ele prevê que com a inauguração do Itaquerão, do Corinthians, e do Allianz Parque, do Palmeiras, o Morumbi deve ser preterido na escolha dos principais eventos de entretenimento.

    "Logo teremos duas arenas novas chegando ao mercado paulistano. A cobertura do Morumbi pode transformar nosso estádio no que se fala agora de padrão Fifa. Não existe projeto de mini arena no mundo como a nossa de 28 mil lugares. Isso proporcionará que todos grandes eventos sejam feitos lá. Sem nossa obra, as duas novas arenas que estão vindo passarão a ser os novos palcos dos eventos em São Paulo e o Morumbi será apenas para o São Paulo mandar seus jogos", disse o cartola.

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