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    Pistorius tinha transtorno de ansiedade, diz psiquiatra

    DA FRANCE PRESSE

    12/05/2014 09h38

    O julgamento do atleta paraolímpico sul-africano Oscar Pistorius foi retomado nesta segunda-feira com a presença de uma psiquiatra, que garantiu que o velocista tinha um transtorno de ansiedade.

    "Na minha opinião, Pistorius tinha um transtorno de ansiedade", declarou a psiquiatra Meryll Vorster, que compareceu ao julgamento a pedido da defesa de Pistorius para depor sobre os sentimentos de vulnerabilidade do atleta.

    Vorster, que também se reuniu com a família e com amigos de Pistorius para elaborar o relatório, declarou que este transtorno tem sua origem na dupla amputação das pernas do atleta, quando seus pais o encorajaram a levar uma vida o mais normal possível.

    "Com o tempo isso pode ter gerado a ansiedade", declarou a psiquiatra.

    A defesa busca demonstrar que esta vulnerabilidade influenciou para que Pistorius confundisse sua namorada Reeva Steenkamp com um intruso no dia 14 de fevereiro de 2013, quando a matou a tiros.

    Kim Ludbrook/Efe
    Pistorius durante audiência no Tribunal de Pretória
    Pistorius durante audiência no Tribunal de Pretória

    "Criaram as crianças para que vissem seu entorno externo como uma ameaça", declarou Vorster em referência aos pais de Pistorius, acrescentando que sua mãe, que dormia com uma arma de fogo sob o travesseiro, levou as crianças a serem mais ansiosas.

    À medida que a especialista testemunhava, Pistorius se mostrava mais emocional. Sua irmã Aimee permanecia impassível, encarando o horizonte.

    A morte da mãe do velocista quando ele tinha 10 anos levou à perda de seu único referencial adulto, já que os pais estavam divorciados, disse Vorster.

    Aos 21 anos, quando já era um atleta economicamente independente, Pistorius "rompeu os laços com seu pai". Pouco depois comprou uma pistola.

    "As pessoas com um transtorno de ansiedade trabalham duro para controlar seu entorno", declarou a psiquiatra no início da oitava semana deste julgamento, iniciado no dia 3 de março.

    Pistorius pode ser condenado a até 25 anos de prisão se for considerado culpado de ter matado a namorada de forma premeditada. O atleta deu quatro tiros em Reeva em sua casa, através da porta do banheiro, onde a modelo estava refugiada.

    Pistorius alega que atirou por acreditar que a pessoa que estava no banheiro era um ladrão, mas a promotoria afirma que a tragédia aconteceu após uma briga do casal.

    O tribunal deseja o fim das audiências em 16 de maio. Mas a acusação pode convocar novas testemunhas e prolongar o julgamento.

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