O sonho da conquista pela décima vez da Liga dos Campeões já custou ao Real Madrid mais de R$ 3 bilhões.
Nos 12 anos que separam o título sobre o Bayer Leverkusen e a decisão deste sábado, contra o Atlético de Madri, o clube gastou € 1,1 bilhão (R$ 3,4 bi) apenas na contratação de reforços.
Sob o comando do presidente Florentino Pérez, o mentor do "projeto galácticos", o Real fez desde seu último troféu europeu três das cinco transferências mais caras da história do futebol.
Em 2009, quebrou o recorde ao contratar Cristiano Ronaldo por € 94 milhões (R$ 284,1 milhões, na cotação atual). A marca quase foi derrubada no ano passado, com a chegada do galês Bale por € 92 milhões (R$ 278 milhões). E ainda houve Kaká, que custou € 65 milhões (cerca de R$ 196 milhões).
Tudo por um objetivo. Ou melhor, uma obsessão. Nove vezes campeão da Europa, o Real vê como uma questão de honra ser o primeiro clube a faturar dez títulos -o Milan acumula sete conquistas.
Para alcançar a meta, não poupou esforços e, muito menos, dinheiro. Além dos jogadores caríssimos, foi treinado ao longo desses 12 anos por alguns dos técnicos mais importantes do planeta.
José Mourinho, Fabio Capello, Manuel Pellegrini e Vanderlei Luxemburgo estão entre os treinadores que falharam na mais valiosa de suas missões. Nenhum deles foi capaz de colocar o Real sequer na decisão da Liga.
"Desde o primeiro dia que cheguei aqui, tudo girou em torno da 'Decima'", disse, em entrevista ao inglês "Daily Mail", Carlo Ancelotti, que irá dirigir os "merengues" na primeira final do torneio entre dois times da mesma cidade.
O italiano já venceu o competição duas vezes como treinador (2003 e 2007), ambas com o Milan. O tri o igualaria ao inglês Bob Paisley, recordista entre os técnicos.
A potência financeira, que permite ao Real ter craques do calibre de Cristiano Ronaldo e Bale, é o maior trunfo de Ancelotti contra o Atlético, o primo menos rico de Madri.
Com ajuda do governo do Azerbaijão, seu principal patrocinador, o atual campeão espanhol até tem dinheiro para contratar reforços razoavelmente caros, mas nada perto do Real.
O investimento em transferências do Atlético nos últimos 12 anos não chega à metade do rival. Foram gastos € 421,1 milhões (R$ 1,3 bi).
Os reforços mais caros, Falcao García, Agüero e Forlán, já foram repassados a outros clubes. Com exceção do uruguaio, os dois deram lucro ao time espanhol quando foram vendidos.
Apesar da desvantagem econômica, é o Atlético que chegam à decisão com a melhor campanha.
De volta à final da Liga dos Campeões após 40 anos, em busca do primeiro título e agora livres do jejum de 18 anos sem o título nacional, os 'colchoneros' estão invictos no torneio: são nove vitórias e três empates.
A explicação? "Quero parabenizar as mães dos meus jogadores. Porque elas deram a eles grandes colhões", resumiu após a vitória na semifinal sobre o Chelsea o aclamado técnico argentino Diego Simeone.
_Quanto o Real Madrid gastou em contratações desde 2002
1,1 bilhão de euros (R$ 3,4 bi)_
Maiores reforços:
Cristiano Ronaldo (2009): 94 milhões de euros
Bale (2013): 92 milhões de euros
Kaká (2009): 65 milhões de euros
_Quanto o Atlético de Madri gastou em contratações desde 2002
421,1 milhões de euros (R$ 1,3 bi)_
Maiores reforços:
Falcao García (2012): 47 milhões de euros
Agüero (2006): 21,7 milhões de euros
Forlán (2007): 21 milhões de euros