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    Aos 34, técnico do Paulistano pode se tornar o mais novo campeão do NBB

    ÉDER FANTONI
    DE SÃO PAULO

    30/05/2014 15h39

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    O técnico do Paulistano, Gustavo De Conti, mostra uma tática na prancheta
    O técnico do Paulistano, Gustavo De Conti, mostra uma tática na prancheta

    Gustavo De Conti, o Gustavinho, 34, técnico do Paulistano, poderia ter se tornado um grande jogador do basquete brasileiro, mas trocou os arremessos pela prancheta aos 23 anos.

    Primeiro treinador a levar o Paulistano para a final do NBB, que acontece neste sábado (31), no Rio, às 10h10 (com TV Globo), contra o Flamengo, em jogo único, Gustavinho era destaque nas categorias de base, como ele próprio afirma, mas, ao se deparar com os juvenis e adultos, resolveu não encarar os grandalhões.

    Agora, ele pode se tornar o treinador mais jovem a conquistar o NBB –quem ostenta esta marca até o momento é José Neto, justamente o rival da final deste sábado, campeão da última temporada com 42 anos. Na NBA, a liga de basquete dos Estados Unidos, este recorde pertence a Pat Riley, que faturou o título com 37 anos, em 1982.

    "Gostaria de ter sido jogador, mas não tinha capacidade e nem força de vontade na época, até pelo meu tamanho [hoje tem 1,79 m]. Eu tinha que treinar mais que os outros", disse Gustavo em entrevista para a Folha.

    O apego pela prancheta é antigo. No começo da sua curta carreira como profissional, ele jogava pelo Paulistano e treinava as categorias de base do Ypiranga, outro clube de São Paulo. "Eu jogava para pagar a minha faculdade de educação física", afirmou.

    O esforço e o estudo de táticas deram resultados na sua carreira como técnico. Nesta temporada, Gustavinho foi eleito o melhor treinador da temporada do NBB. É o mais jovem a conquistar o prêmio.

    Hoje, além de treinar o Paulistano, o que faz há quatro anos, ele ainda integra a comissão técnica de Ruben Magnano na seleção brasileira. Alterna entre o time B e o de mais novos. O próximo passo é a equipe principal. Mas não exatamente agora.

    "[Treinar a seleção brasileira] é o meu objetivo principal. Hoje a vaga está muito bem ocupada e acho que não é o meu momento. Eu não assumiria a seleção se tivesse o convite hoje, pois não estou preparado. Tenho muito o que aprender".

    A final do NBB é um bom aprendizado para isso. E, neste caso, a falta de experiência não deve pesar na decisão contra o Flamengo, pelo menos na opinião de Gustavinho.

    O Paulistano tem em seu elenco apenas um jogador que já disputou uma final de NBB. É o pivô Mineiro, 26.

    "Em outras fases, isso não pesou. A gente sempre reagiu bem. Isso não vai ser fundamental. O que será decisivo é quem estiver melhor", afirmou.

    DRAMA

    Além do sucesso como técnico, a temporada também reservou momentos difíceis para Gustavinho. Em dezembro do ano passado, a sua filha, Bruna, de um ano e sete meses, foi diagnosticada com leucemia. O tratamento já começou e deve durar por mais dois anos.

    "Essa temporada foi muito difícil para mim, teve o tratamento dela, precisa ter 200% de atenção, levar, há muitas intercorrências que acontecem... Eu nem gostaria muito de falar sobre isso. Ela está reagindo bem e isso é o principal", afirmou.

    Logo depois do diagnóstico, Gustavinho chegou a desfalcar o Paulistano em duas partidas na liga –não viajou para os jogos contra Uberlândia e Franca, em 12 e 14 de dezembro, respectivamente. Também faltou a treinos. Por isso, divide o sucesso na temporada com sua comissão técnica.

    "Ninguém faz nada sozinho. E especialmente nesta temporada, o trabalho maior nem foi meu, mas sim da comissão técnica e dos jogadores", disse o treinador.

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