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    Em time de salário mínimo, cartola vira psicólogo

    BERNARDO ITRI
    MARCEL RIZZO
    SÉRGIO RANGEL
    ENVIADOS ESPECIAIS A TERESÓPOLIS

    08/06/2014 02h00

    Comandando um time em que todos os atletas recebem apenas um salário mínimo, o vice-presidente de futebol do Campo Grande, João Ellis Neto, diz que a sua função é quase de psicólogo. Ele contou que usa o "sonho do futebol" para manter os jogadores disputando a competição até o final. A equipe da zona oeste do Rio disputa a terceira divisão do Estadual.

    "O futebol é uma esperança para esses rapazes. Trabalho muito com esse sonho para manter o grupo unido até o final", afirma Neto, que gasta cerca de R$ 30 mil mensais para pagar as despesas do departamento de futebol.

    Campeão da Taça de Prata em 1982, a segunda divisão do futebol brasileiro na época, o clube já revelou jogadores que atuaram na seleção. O último foi o atacante Vágner Love, atualmente no milionário futebol chinês. Campeão na Copa de 1970, Dadá Maravilha também começou a carreira no Campo Grande.

    Apesar do salário baixo, os jogadores acreditam que podem usar o time como trampolim para entrar no mercado cada vez mais elitizado da bola.

    Alguns jogadores cumprem jornada dupla para conseguir manter o sonho de jogar profissionalmente. Depois do treino da manhã, eles seguem para o trabalho.

    O atacante Jean Agostinho, 19, pega três conduções diariamente (uma moto, um ônibus e um trem) para chegar ao treino. Morador de Nova Iguaçu, ele percorre mais de 40 km até o castigado campo de Deodoro, cedido pelos militares ao time.

    "Acredito muito no meu futuro. Tenho certeza que vou realizar o meu sonho de jogar no Maracanã", diz o atacante.

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